Tinha prometido a mim própria que ia escrever um post de agradecimento quando (se) isto tivesse mais de 30 mil visitas, e como acabei de reparar que sim, cá vai um agradecimento aos senhores leitores! :)
Espero que continuem a aparecer por cá e, sem saber muito bem como expressar isto por palavras, obrigada por insistirem em ler as ideias que nos cruzam a mente, muitas vezes motivadas por música... Só podia, é a única forma de nos fazer ouvir, ouvir e voltar a ouvir os mesmos textos sem nos cansarmos.
Obrigada por passarem cá, é uma nota de felicidade que vibra sem parar. Sois os maiores!
terça-feira, novembro 27, 2007
sábado, novembro 03, 2007
Nós
Não gosto de usar relógio e nunca me deito antes da madrugada. Acho que só consigo pensar tarde e a más horas, e penso demais quando estou deitada. Rio com imensa facilidade de quase tudo, mas sei que também depende da minha disposição. Vejo MotoGP e sou adepta do Rossi, mas faço uma certa resistência a ver televisão. Adoro andar de bicicleta ou mesmo descalça, conduzir e nadar. Mas correr e entrar num ginásio é o pior a que me podem forçar. O mar faz-me sempre sentir em paz e adoro acordar ao som das ondas sem despertador. Sou muito teimosa, sonho muitas vezes acordada e é difícil acordar-me desse torpor. Não sei porque te digo isto tudo, ao fim de tanto tempo é óbvio que já me conheces de cor. Há imensa gente que lida comigo todos os dias, mas tu compreendes-me (sentes-me?) melhor. A nossa relação tem falta de tudo, inclusivamente de relação. Mas não há como fugir-lhe quando sou traída pelo nervosismo sonante do meu próprio coração. Passo a vida a inventar situações e desculpas para poder ver-te, como se disso dependesse o meu tempo. Depois reclamo tanta vez da falta dele, como quando estou contigo, por exemplo. Estava mesmo a pensar em nós e comecei por falar de mim. Suponho que é mais fácil começar por um do que a dois, pelo fim. Soa a confessionário, mas sinto sempre que não tenho nada inteligente para te dizer. Não sei se alguma vez vais voltar, suponho que não é isso que queres, mas sabes que estaria lá para te receber. Assim como quando sonho acordada, é contigo que sonho invariavelmente. Sei que fui infiel aqui e ali, mas tu também e não me sinto culpada de nos termos provocado mutuamente.
Contigo tudo era fácil, parecia que os problemas não existiam. Acho que voavam ao mesmo tempo com que a roupa ia caindo e os beijos persistiam. Apetece-me dar-te os poucos neurónios que me restam, os braços, as mãos e o que me sustém de pé. Mas sei que não os queres e, apesar de tudo, ter-te para mim é das poucas coisas em que ainda tenho fé. A tua presença incomoda-me quase tanto como me atrai, mas quando apareces sinto-me forçada a desviar o olhar. Penso que sentiria a tua presença numa multidão sem fim, porque o teu corpo faz o meu vibrar. Sinto-me tonta, parva e prometo a mim própria que não volta a acontecer. A sorte é que só me desiludo a mim e não te apercebes do que me está a acontecer. Continuo sem ver futebol (apesar de querer saber quem ganhou), gostar de computadores e fazer contas de cabeça. Aprendi que sou alérgica ao calor, mas nunca mais desmaiei porque evito fazer coisas que puxem por mim até que arrefeça. Gosto de ver filmes pela noite dentro, de não aparecer em fotografias e de filmar detalhes. Apesar do sorriso fácil, observo-te compulsivamente à distância enquanto tento procurar um momento em que falhes. Um momento que cruzemos o olhar, um momento em que o teu sorriso trema, um momento que me mostre o que sentes. Mas tu continuas impávido e sereno, enquanto eu insisto no meu sonho onde mentes.
Queria falar-te de nós, mas não sei fazê-lo sem falar de mim.
Contigo tudo era fácil, parecia que os problemas não existiam. Acho que voavam ao mesmo tempo com que a roupa ia caindo e os beijos persistiam. Apetece-me dar-te os poucos neurónios que me restam, os braços, as mãos e o que me sustém de pé. Mas sei que não os queres e, apesar de tudo, ter-te para mim é das poucas coisas em que ainda tenho fé. A tua presença incomoda-me quase tanto como me atrai, mas quando apareces sinto-me forçada a desviar o olhar. Penso que sentiria a tua presença numa multidão sem fim, porque o teu corpo faz o meu vibrar. Sinto-me tonta, parva e prometo a mim própria que não volta a acontecer. A sorte é que só me desiludo a mim e não te apercebes do que me está a acontecer. Continuo sem ver futebol (apesar de querer saber quem ganhou), gostar de computadores e fazer contas de cabeça. Aprendi que sou alérgica ao calor, mas nunca mais desmaiei porque evito fazer coisas que puxem por mim até que arrefeça. Gosto de ver filmes pela noite dentro, de não aparecer em fotografias e de filmar detalhes. Apesar do sorriso fácil, observo-te compulsivamente à distância enquanto tento procurar um momento em que falhes. Um momento que cruzemos o olhar, um momento em que o teu sorriso trema, um momento que me mostre o que sentes. Mas tu continuas impávido e sereno, enquanto eu insisto no meu sonho onde mentes.
Queria falar-te de nós, mas não sei fazê-lo sem falar de mim.
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