quinta-feira, setembro 30, 2004

"Windows" em português quer dizer "mandar janela fora"

Muitas miudas que eu conheço têm horror a computadores. Primeiro que tudo, o computador não é o monitor/écran, é mesmo aquela caixa que tem o botão para iniciar, os leitores de CD e DVD, etc. Segundo, não tem culpa nenhuma do software que lhe tenhamos instalado, quer relativamente ao hardware incorporado, quer à nossa (in)capacidade de funcionar com ele. (Memorizem: o maior problema dos computadores encontra-se entre o teclado e a cadeira!).

Claro que vou falar daquela coisa fabulosa que dá pelo nome de "Microsoft" e que tem como supremo objectivo de existência testar a nossa paciência até ao limite. Suponho que já vem com defeitos propositados para sermos obrigados a trocar por um novo (que vem cada vez mais estupidamente pesado). Quer dizer, não é que sejamos obrigados a trocar, mas temos sempre aquela réstia de esperança: é desta que isto se resolve!!
Não quero apontar só defeitos, afinal, muito pessoal começou a usar computadores devido ao aspecto bem mais aceitável que o "Windows" conseguiu propor. Até a minha mãe que seria incapaz de decorar um comando em DOS, sabe ligar o computador, carregar no botãozinho para iniciar e fazer o que ela quer. E maravilhas das maravilhas, até imprimir coisas sem ter que nos chatear! (E já nem desliga o computador na ficha! UAU!).

O problema são aquelas magníficas mensagens de erro, os bugs e as incompatibilidades de software. Se uns ficam de sobrolho levantado a tentar perceber o porquê da mensagem de erro (não, não tem mesmo lógica nenhuma nem era para ter!), outros estão tão fartos que depois de arrancar meia dúzia de cabos e de ter o computador suspenso da janela do 13º andar, lá se resolvem por um amigável "format c:". Aquelas mensagens espectaculares de erros fatais vindas do nada, não guardaste o trabalho?! Azaaar! Queres abrir 2 programas ao mesmo tempo? Esquece... eu bem tento combinar a minha placa de TV com o Acrobat Reader mas é uma mistura explosiva demais! Écrans azuis.. são demasiado decrépitos até para pessoas que gostam de azul. Problemas porque tirámos o cd quando nem o estávamos a usar (Quem disse?? Obviamente estávamos!) e aquelas paragens fenomenais onde nem o ctr+alt+del parece conseguir solucionar o caos que se instalou! Já para não falar nas mensagens "Quer reiniciar o seu computador?" onde nem vale a pena escolher o "não" (que é igual ao "sim") porque o computador decide sempre que sim. Se temos anti-virus, firewall e mais todas as protecções que precisamos, o computador não arranca, arrasta-se. Mais vale ir ao WC, comer qualquer coisa e voltar quando a barra ainda está a carregar. Sim, porque além das inúmeras falhas com que temos de conviver diariamente, há gente (que não tem mesmo mais nada que fazer) que ainda se diverte a explorá-las e a lixar os computadores de quem não tem culpa nenhuma... agradecemos principalmente ao MSN, essa janela aberta ao mundo, essa auto-estrada entre o nosso computador e o desconhecido.

Sabem que mais? Vou antes fazer uma torrada! Aposto que a torradeira não vai ficar azul, não vai encravar (mais que não seja, arranco a torrada à força) e muito menos enviar-me mensagens de erros fatais depois da resistência estar desligada.

terça-feira, setembro 28, 2004

O elogio, esse bicho!

Porque é que será que quando nos põem defeitos e mandam abaixo, temos sempre resposta na ponta da língua e quando nos elogiam ficamos a ver se a biqueira dos ténis está suja? Também ficamos feitos parvos a olhar enquanto as maçãs do rosto ruborizam e timidamente sussurramos: "obrigado"? Devo salientar o facto de, além termos dado mais atenção, demos uma resposta mais elaborada ao palhaço! A parte boa (isto todos os amigos sabem) é que a opinião deles vai ficar gravada cá dentro e não vai ser esquecida assim que voltarmos costas.

A que se deve esta grande incapacidade de agradecer e aceitar elogios? Estamos preparados para a guerra e não para o amor? (Ai se o John Lennon cá estivesse!!) Andei a esforçar-me para tentar ignorar as críticas destrutivas e a agradecer dignamente os elogios sinceros e saí-me bastante mal! Cada vez que ficava calada aquando de um insulto, melhor era a resposta que ficava fechada dentro de mim e quanto mais me esforçasse por sorrir e agradecer com um "obrigado" decente, mais pateta me conseguia tornar! Só vejo uma solução para o caso: quanto aos palhaços, a melhor resposta é mesmo ignorar mas há bocas tão boas que não as podemos deixar de atirar e ver quem enfia a carapuça! Quanto aos elogios, acho que até encontrei uma razão para o nosso comportamento.

Primeiro que tudo, temos horror ao pessoal com falta de humildade! Aqueles anormais que não têm espelhos e que acham que toda a gente os acha o máximo quando, na verdade, anda toda a gente a fugir da companhia daquela aberração. É claro que não queremos ficar como eles mas também não queremos cair no excesso de humildade que soa sempre a falso. O nosso ar de pateta sempre é sincero!
Segundo, a verdade é que gostámos muito do elogio mas temos medo de desapontar alguém. Adoramos quando nos elogiam por algo que fizemos bem, até esboçamos um sorriso grande com o sentimento de realização! Mas quando nos incitam para vôos mais altos com um espectacular "tu és capaz!", entramos em conflito interior. Será que somos mesmo capazes? Não queremos de forma alguma iludir-nos e muito menos desiludir as pessoas que nos apoiam! Então receber o elogio é uma faca de dois gumes, estávamos a precisar de o ouvir, mas agora precisamos mesmo de conseguir! Felizmente, os amigos são sempre amigos e nem esperam resposta ao elogio porque também sabem na pele o que custa.

Resumindo, sempre que não respondermos aos elogios de forma adequada, só estamos a dar a perceber a essa pessoa que a opinião dela é muito importante e que queremos estar à altura das expectativas! Nada com um bom ar de pateta!!

segunda-feira, setembro 27, 2004

Nunca me esqueci de ti

(Ultimamente ando com queda para ouvir cantores nortenhos!!)

Será que dá para esquecer de vez aquelas pessoas de quem gostámos a sério? (Não gosto muito da palavra amor mas, neste caso, é disso que se trata). Será que é sequer possível pensar nessa possibilidade? Depois de oferecermos o nosso coração a alguém, devolvem-no sempre ferido... Nalguns casos, acho mesmo que falta um pedacinho! E é esse pedacinho que nos chama quando vemos, ouvimos ou pensamos na outra pessoa como que a dizer: "Eu estou aqui, não te esqueças de mim!".

Bem, isto não acontece quando os namoros acabam nas urgências hospitalares. Ele em estado crítico depois de ser agredido por uma frigideira e pelas unhas dela besuntadas em veneno de cobra; ela KO depois de ter levado com vários pontapés certeiros e uma cabeçada que mais um pouco também o deixava KO! Ou mesmo aqueles que nunca sentiram realmente nada um pelo outro.

Mas aqueles namoros que acabam porque a paixão esfria? Há sempre um carinho que fica lá.. partilhámos a nossa vida com aquela pessoa, é alguém especial! Já para não falar naqueles namoros que são acabados por razões de força maior (se é que tal existe) e cai um dilúvio de sentimentos que era capaz de deixar a arca de Noé em maus lençois! Pior de todos talvez seja aquele amor que esteve para ser mas nunca foi, o "sacana" há-de ficar ali sempre a picar! Até porque não sabemos bem o que se passou para não ter chegado a vias de facto e também não sabemos porque é que deixámos de nos preocupar com isso. Melhor ainda, nem queremos saber quando nos apercebemos que ficámos felizes porque a outra pessoa está na mesma sala que nós e (vá-se lá entender) ainda temos picadas de ciúmes de vez em quando.
Lá no fundo, fundo.. também não queremos esquecer. Essa pessoa é especial e queremos que seja sempre assim! Mesmo que o pedacito do coração que nos falta passe a vida a tentar chamar a atenção para data de devolução em atraso! Não faço ideia porque não ficamos com ele, deixamos que essa pessoa o carregue e tornamo-la naquelas pessoas que nos podem magoar mais. Porquê? Não faço a mais pálida ideia! Gosto de pensar que o nosso coração não é egoísta.

Quanto à outra pessoa.. fica sempre a dúvida no ar. Arrepios vindos do nada e algumas tentativas de vislumbrar no olhar da outra pessoa o que ela está a pensar. Pedir baixinho: "cuida bem do pedacinho de mim que trazes dentro de ti".

terça-feira, setembro 21, 2004

As senhas de vez chegaram e venceram

Não há um sítio nesta terra onde a fila não seja por ordem de chegada devidamente marcada pelo ticket. Guardamos aquele pedaço de papel (quase sempre pronto a rasgar) com uma religiosidade notável, tanto na peixaria, talho, padaria, loja do cidadão ou conservatória. Acho que não chegou à PSP mas ainda vai a tempo!

SECRETARIA DA ESCOLA
Carrego no botão vermelho e rezo para que o número que vai sair não seja superior a 100 do que o que pisca no écran. Eis que sai o papelinho com número "618", olho (com medo) para o écran que tem um "309" marcado. Suspiro. Suspiro de novo, aquela é já uma tarde perdida se tiver sorte. Se tiver azar, tenho a manhã seguinte destruída a partir das 8 da madrugada. Enquanto espero a minha vez, assalta-me um íntimo desejo onde as pessoas que estão à minha frente não aparecem! Que, por milagre, os números todos sejam chamados para pessoas em falta (ou seja, ignoro as duas centenas de pessoas encafuadas no mesmo sítio que eu). Acordo para a dura realidade: uma tartaruga coxa move-se mais depressa do que as filas da secretaria. Arrepio-me ao pensar que posso ter que voltar lá para tratar do mesmo problema... e ter que tirar outra senha!!

PEIXARIA
No supermercado, tiro a senha para o peixe. Vejo com agrado que tem um placard que diz "3 senhas de tolerância". Procuro o monitor onde está a ser feita a contagem e após uma cena muito ao estilo "Onde está o Wally?", descobro o monitor por detrás da promoção "Leve 2 carapaus e oferecemos 4 limões". Ok, tenho 10 números à minha frente, dá tempo para ir vasculhar as hortaliças e frutas. Guardo a senha com o máximo de cuidado e vou à procura da fruta, mesmo em frente à peixaria (assim as saladas têm um cheiro exótico). Dirijo-me ao local da pesagem onde a lei que impera é de quem chega primeiro à balança. Olho para o monte de gente compacto e, a muito custo, lá abro caminho com as mãos cheias de sacos por pesar. Quando estou a chegar à balança, reparo que na peixaria acabou de chegar a minha vez! Vou direita ao local (com as bananas por pesar) e peço 5 douradas. A sra (que tem escamas até nas pestanas) pergunta se é tudo e eu peço para amanhar o peixe, se faz favor. Ela olha para mim desconfiada e esclarece: "para isso devia ter uma senha azul clara". Eu pisco os olhos repetidamente, olho para a minha senha azul escura em cima do balcão e seguro no saco do peixe. Incrédula, dirijo-me ao local onde tirei a minha senha e descubro que tem uma placa minúscula que diz "peixe por amanhar", na outra ponta da peixaria está outro engenho daqueles com a placa "peixe para amanhar". Abalada, volto para a zona da fruta e tento pesar as douradas.
Outro bom momento nos supermercados surge quando o engenho não tem senhas. Aviso a moça para o facto e, de repente, toda a gente que estava à espera descobre que não tem senhas e também percebe que está ali há mais tempo que eu!! Correm direitos ao local, acotovelam-se e olham uns para os outros com os olhos injectados de sangue que parecem dizer: "Eu estava primeiro e tu sabes muito bem disso!!". Quando a moça, a custo, consegue chegar perto da engenhoca e repõe o papel, começa a tourada para ver quem tira a primeira senha! Resignada, aproximo-me depois da manada furiosa se ter afastado e tiro o número 20 (não sem antes levar com o guarda-chuva de alguma velha com medo que eu a ultrapasse).

Não quero que achem que eu sou contra as senhas de vez. O meu único problema é ao ridículo que as pessoas se expõem para conseguir apanhar uma senha. Tipo aqueles velhotes que vão para o centro de saúde às 3 da manhã e às 7 da manhã já não há senhas nem para daí a uma semana! E ainda à quantidade de senhas diferentes para o mesmo sítio quando só há uma pessoa a atender toda a gente. É a isso que me refiro. Acho que a maioria do pessoal é civilizado o suficiente para saber fazer uma fila ordeira. A grande descoberta das senhas é para não termos os espertinhos a passar à frente ou para não assistirmos às grandes peixeiradas para decidir quem estava ou quem deixava de ali estar primeiro ou ainda quando nos pedem para deixar passar à frente (grávidas e velhos) que a nossa consciência condescende (mas ficamos com aquilo atravessado). Agora é simples: abanamos a nossa senha (de preferência da cor certa) com um número menor à frente do nariz deles: regras são regras!!

segunda-feira, setembro 20, 2004

Feromonas no ar... everywhere I look around...

Como qualquer moça que se preze, eu acredito que ainda vou encontrar o MEU príncipe encantado (tem que ser o meu porque cada uma de nós é capaz de descrever um diferente). O meu não vem de armadura nem está montado num cavalo branco (já que seguramente teria fugido do Júlio de Matos durante algum bacanal dos seguranças), nem tem que fazer aquele gesto em câmara lenta ajeitando o cabelo enquanto o vento sopra. Para falar a verdade, eu até queria que nenhuma moça desse por ele sem ser eu! O mais discreto possível mas com coragem suficiente para me conquistar por mais inacessível que eu pareça (ou seja, mesmo que eu estivesse na mais alta torre de um castelo com um fosso que nem lembrava ao diabo, apenas 3 dentes, pele enrugada, um olho que não abria completamente e 3 grandes pêlos a despontar no queixo). Traduzindo por miúdos: A-M-O-R! Daquele da Branca de Neve (e Disney em geral), dos meus pais ou mesmo do Bon Jovi e da mulher dele, daquele que toda a gente fala nas músicas e que quase ninguém viveu!
Eu já nem peço amor incondicional.. conseguir amar sem ser amado em troca não é para cavaleiros, é para super heróis! Ou também para gente sem um pingo de amor próprio (de génio e de louco todos temos um pouco).

Qual é o problema? Desconfio que ele não quer nada comigo! Eu até já desisti das minhas fantasias de quando era uma simples jovem inocente (sim, eu acho que cheguei a ser assim) e achava que qualquer moreno de olhos verdes era perfeito. Mais tarde apercebi-me que se a minha mãe não gostasse dele também era bom sinal (sim, porque agora quando acabamos um relacionamento temos que ser nós a consolar os nossos pais!). Eu já nem peço muito: quero alguém que me faça rir, não fume e tenha os dentes todos da mesma cor. Agora o mais estranho é que estes pré-requisitos não têm a mínima utilidade se o moço em questão não me fizer sentir aquilo que eu nem sei como desponta. Aquela produção extra de feromonas que me faz entender porque é que aqueles rapazes (que costumam ser bons partidos) não me dizem nada. Aquele sentimento que nos faz olhar repetidamente para o telemóvel a desejar que o toque seja de fulano tal ou a desilusão profunda quando não nos respondem na hora ou mesmo a antecipação de um encontro muito desejado (cujo aproximar da hora marcada até nos faz cantar ao gregório, ficar com pele de galinha e morrer de ansiedade imaginando a pior das atrocidades para o atraso, que ainda nem o é, mas pode muito bem vir a ser), quando deixamos de usar frases coerentes, quando sorrimos muito e, resumindo, fazemos uma bela figura de parvos! Pelo menos já sabemos porque é que despachámos o Zé, o Joaquim e o António que até gostavam de nós a sério: porque não nos fizeram sentir nada disto. Claro está, o outro marmanjo é capaz de até reparar em nós mas nunca nos vai dar a atenção toda que precisamos, nem preenche nenhum dos requisitos que fizemos mentalmente para nós. Que triste sina! Não podíamos nascer com um poster pendurado ao pescoço com o nº do BI da nossa cara metade?!

(A futuros interessados é favor deixar contacto nos comentários, volto a relembrar a questão dos 3 dentes que me parece importante)

domingo, setembro 19, 2004

A primeira vez é a que custa mais!

Como este é o meu primeiro post.. não vou escrever sobre nada em particular.
Sim, sou a tal que está deitada com o Mr. P e não interessa nada o que estamos a fazer.. ou será que sim?

Qualquer comentário aos vários posts será bem vindo e esperamos ter futuros posts que criem alguma controvérsia para o pessoal ler e dizer o que pensa, mesmo que seja uma opinião completamente antagónica à nossa Não se pode gostar só do amarelo não é? Achei gira a ideia de escrever uma cena destas porque dá para desabafar!
Como sou do sexo feminino, não se pode esperar que não mande vir com o sexo oposto num post ou outro, afinal.. existe mesmo uma guerra de sexos!
Boas notícias para os meninos: Mr. P vai lutar do outro lado das trincheiras!

Regra geral até tento ser educada e considero-me calma mas isso também pode mudar naqueles dias em que se acorda do lado contrário da cama (ou seja, em cima do Mr. P... heheh).

Just.. enjoy it! E convém não esquecer: são as nossas opiniões e como tal, estão prontas a ser discutidas!