No Verão estávamos a falar de uma cantora (cujo nome não é para aqui chamado) e alguém se saiu com um "Oh, she takes herself very seriously!". Rio-me sempre com esta expressão e tenho pena que em português não haja nada do género. Ninguém diz "ela leva-se demasiado a sério!". Efectivamente, achar que somos importantes e que o que pensamos/fazemos interessa aos outros é capaz de ser uma certa forma de egocentrismo e falta de noção de tudo o que existe completamente independente da nossa existência. No entanto, ter diante de nós a prova que a nossa existência não é nada, que o que quer que tenhamos feito até à data não altera em nada o futuro e que as coisas más podem surgir a qualquer momento, é um murro forte daqueles!
Acho que nem consigo bem imaginar o que é ter saudades de preocupações como "pagam-me mal" ou "queria ter um emprego melhor", como tu sabes. Custa-me imenso pensar que cada minuto é capaz de não se repetir e que tem que ser tudo levado com calma. Custa-me pensar que amanhã de manhã é capaz de estar tudo diferente de hoje à noite e que isso é capaz de destroçar completamente a vontade de ver o que se segue. Dizes que cresceste muito nos últimos dias e eu acredito sinceramente que sim, mas custa-me pensar nisso, porque sempre te achei completamente "crescido"... se é que isto tem lógica!
Curiosamente, é Natal. E apesar de uma data de gente se ter esquecido do que eu acho que é o significado do Natal, tu tiveste uma prova belíssima de que o espírito está bem vivo! Foi excelente aquela reunião de amigos... eu não conhecia mais de metade e não via outros há quase uma década, mas depois de alguma conversa inicial, é como se tivesse acontecido tudo ontem. As gargalhadas eram sentidas, a boa disposição (que era afinal o motivo daquilo tudo) estava patente na tua cara e foi óbvio para todos que o objectivo foi atingido, tu estavas genuinamente feliz. Pois é, uns dizem que contam pelos dedos de uma mão os verdadeiros amigos. Tu nem a somar os dedos das mãos e dos pés ias lá, já viste? Já para não falar dos que não puderam estar presentes, mas fizeram questão de enviar uma mensagem, um bolo, um miminho. Isto sim é espírito de Natal, é lembrar as pessoas de quem gostamos que elas são importantes para nós, mesmo que não sejam para os outros ou que nos esqueçamos de relembrar isso durante o resto do ano. Não é por lhes comprar uma TV, uma máquina para tirar cerveja (piada, ok) e coisas caras em geral que as pessoas se sentem mais acarinhadas. Eu adoro quando vem uma dedicatória num livro, um cartão escrito à mão, uma prenda que alguém se deu ao trabalho de personalizar para mim. Até mesmo uma sms com o meu nome ou que indique que não foi enviada em catadupa. É claro que têm mais valor e são aquelas que se guardam no coração e não só na estante. É por isso que peço postais de Natal escritos à mão como prenda de Natal! (E a todos os que fazem isso religiosamente ano após ano, por favor, não parem! :)
Eu acho que aquela reunião de amigos foi o melhor presente de Natal que te podiam dar, face às circunstâncias e às nossas limitações. A noite teve um toque de magia que aposto que se prolongou até à manhã seguinte (e não estou a falar da hora a que saímos de lá!). Cada um deu o seu tempo, disponibilidade, sorriso, abraço, beijos, conversa, humor... cada um deu o que tem de melhor sem ter que andar nos supermercados ou lojas cheias de gente. Cada um tentou fazer-te sentir melhor pela quantidade de sentimentos bons que podes gerar nas pessoas que se juntaram por ti. E nestas alturas apetece dizer para levantares um bocadito a cabeça, depois das notícias que te fizeram sentir à nora do verdadeiro sentido do que estamos a fazer por cá. Acredita que és importante para, pelo menos, duas dúzias de pessoas e podes levar a sério a quantidade de gente que está a torcer por ti!!
Esta magia "inadvertida" de fazer com que os outros se sintam bem com eles próprios e de os fazer sentir especiais para alguém é que é, para mim, o espírito do Natal. Feliz Natal, Bruno! ;)
Por vezes é surpreendente o quanto a vida pode mudar de um dia para o outro, da noite para o dia... mas enfim.
ResponderEliminarO Natal é sem dúvida a minha altura preferida do ano.
Com muita magia e surpresas.
A melhor prenda é sem dúvida ter os amigos por perto. Digam o que disserem.
Amigos excelentes que nos põe a sorrir mesmo quando não é fácil fazê-lo. Nos fazem esquecer quando tudo nos lembra aquilo que não queremos relembrar.
Obrigada a ti (Miss I). Pelos textos excelentes e por tudo o resto :)
Obrigada a todos os amigos fantásticos que me têm acompanhado ao longo da minha jornada (eles sabem quem são...)
Feliz Natal a todos!!!!!!!!!
Infelizmente aqui não posso escrever o comentário à mão, mas acredita que é personalizado! ;)
ResponderEliminarNão sei se tens noção, mas a frase sobre a "contagem de amigos" lembrou-me de ti, e da tua extraordinária capacidade de fazer, mas sobretudo de MANTER amigos...
E já agora, se o Bruno em questão for o que eu penso, não sei o que se passa mas de certeza mereces o apoio e boa-disposição de todos esses amigos... e também daqueles de nós que somos mais "conhecidos" do que verdadeiramente amigos, mas que te respeitamos (e admiramos) na mesma...
Se não for, não faz mal, de certeza que para a Miss I escrever um post destes mereces tudo isto!
E para terminar, Miss I: dá-me sempre um prazer especial escolher postais para certas pessoas!;)
PS- Acho que este post vai bater records de comprimento de comentários lol
Bem apesar de isto ser a quadra que é, não é exactamente uma à qual eu ligue particularmente. Acredito que não é preciso uma quadra em particular para alguém se lembrar de quem quer que seja. Os amigos lembram-se sempre uns dos outros nem que seja só na altura em que os outros estejam em apertos. Por vezes a vida faz com que fiquemos distantes de tudo e todos mas não é por isso que deixamos de nos lembrar dos amigos, nem que seja naquela fracção de segundo em que inadvertidamente a nossa mente vagueia por um instante e voltamos à altura em que todos estavamos juntos na escola ou que iamos todos ao cinema ou jantar juntos ou simplesmente iamos para a casa uns dos outros sem fazer grande coisa, só a fazer e a dizer asneiras. Acho que o verdadeiro amigo é aquele que pode desaparecer durante tempos mas se falarmos com ele numa situação de aperto ele põe-se ao pé de nós num segundo mesmo que esteja do outro lado do globo. Dizem que os amigos são para as ocasiões,eu acredito nisso. Aliás é nessas alturas que se vê quem fica e quem abandona o barco.
ResponderEliminarSaudações aos amigos verdadeiros, a todos aqueles que ficam e que não abandonam o barco quando mais são necessários.
Parece que tens mesmo razão Aurora, este é o post dos comentários-post! E não é que isso me deixa particularmente orgulhosa dada a natureza do texto? lol
ResponderEliminarArchaengel: Confesso que não me passou pela cabeça que viesses comentar o blog. Ainda mais, o primeiro comentário! Não sei como agradecer-te, mas não posso escrever mais do que já escrevi se me repetir. Acho que mereces o post, a festa e muito mais! :)
Aurora: Desconfio que é o Bruno que pensas que é. Quanto à contagem de amigos... obrigada? Acho que não sou assim grande especialista a manter, vocês é que são excelentes e não me mandam passear! Assim posso sempre chateá-los para um lanche, cinema, ir aqui ou ali... nas minhas visitas de médico. lol
Já sabes, mas acho que vou escrever aqui na mesma. No dia a seguir a escrever o post tinha um cartão na caixa de correio. Como é que tu fazes? Telepatia? lol Ontem estive a arrumar os postais todos que me enviaram (fiquei sem espaço na caixa e comprei uma maior) e cheguei à concusão que as pessoas escrevem-me, eu é que sou uma desgraça na resposta! Não podia escrever "obrigada" vezes suficientes para descrever o que senti ontem ao ler tanta coisa bonita. Realmente é uma coisinha que nem dá muito trabalho e traz sorrisos em qualquer minuto da vida. Obrigada por seres uma amiga como és! E já agora, uma óptima viagem de volta!!
Reaper: Concordo contigo que os amigos são para as ocasiões, mas isso engloba tanto as más como as boas. Acho que os amigos também "devem" estar presentes quando lhes queremos dar um presente ou partilhar um momento feliz, uma festa! É claro que é tocante agradecer o modo como nos moldaram a vida e nos apoiaram e de facto não é preciso uma quadra em particular. No entanto, continuo a achar o Natal uma óptima desculpa para relembrar coisas boas, especialmente para quem está longe e não pode aparecer na casa dos outros quando lhe apetece. Daqui a uns dias tenho um lanche do "bolo de chocolate" que é um lanche só porque sim, encontramo-nos uma vez ao ano no Natal para rirmos umas com as outras. E é preciso mais alguma coisa? ;)