Eu tenho um certo problema em aguentar-me numa relação, diga-se de passagem, sou mesmo muito má! A palavra "instável" já deve vir agregada ao meu conceito de "relação". Pois bem, não sei onde está o ponto fulcral da questão, mas suponho que seja porque eu adoro aquela fase antes de começar uma relação, aquele "vai não vai", aquela antecipação para ver o que vai dar, ver se consigo a pessoa que eu quero. Depois de a ter é outra conversa: mas afinal o que é que eu agora faço com isto?! Se calhar o problema é meu, mas pronto, rebobinando!
Acho piada àquela troca de olhares inicial. E se os olhares se cruzam, gosto do sorriso envergonhado que vem a seguir. Parece que no meio de um grupo de 10 pessoas, e apesar de estarmos a ouvir umas 3 a falar, o nosso corpo está concentrado numa só e espreitamos pelo canto do olho para ver se essa pessoa nos está a dedicar a mesma atenção de esguelha. Gosto deste flirt e deste tipo de sedução ainda a apalpar terreno! Esta fase costuma culminar numa conversa onde cada um espelha o melhor de si (o outro tem tempo para descobrir as partes chatas!) e onde a atenção toma níveis espantosos: ver como o outro se veste, como põe o cabelo para trás, como ri, o estilo de música que ouve, se lê, o feitio do nariz.. e no meio disto tudo, ainda estamos a absorver cada palavra para dar a impressão que estamos interessadíssimos (ele esteve a 10m do Carlos Sousa!) e que somos inteligentes o suficiente para falar do assunto! (Quem quer que seja o Carlos Sousa, acenamos que "sim" com a cabeça, vale tudo!)
Ao fim de algum tempo de saídas em grupo com muita gente a empatar (mas como óptima desculpa para se verem), lá se observam mutuamente. É uma facada pelas costas ver que a Marisabel se sentou ao colo do dito cujo: "Será que ele está interessado nela?". Passados 5 min já é qualquer coisa do estilo: "mas como é que eu não vi logo que ele estava interessado nela? Sou mesmo burra!". Passados outros 5 min, a Marisabel levanta-se e o rapaz até se aproxima de nós.. disparam as perguntas retóricas: "Será?...". E de novo, os sonhos reagrupam-se a uma velocidade estrondosa, apesar de há 1 min atrás termos visto o filme todo do que seria o casamento da Marisabel com o nosso objecto de adoração. O tempo passa, as certezas passam a dúvidas em fracções de segundo e as lágrimas passam a sorrisos em muito menos! (E vice-versa)
Finalmente, alguém ganha coragem para marcar um encontro.. a sós! (Mesmo que diga que também convidou o Zé e o António que, à última hora, não puderam ir!). O estômago parece não dar tréguas (há quem diga temos borboletas no estômago, mas quais borboletas?? A mim só me dá vontade de ir ao grego!!). As horas passam penosamente lentas enquanto não chega a hora do encontro. O cabelo escolheu o dia ideal para estar cheio de jeitos! A roupa.. mas será que nada fica bem? As olheiras, a ansiedade.. só bom aspecto! Finalmente, eis que se encontram. Muitos risos parvos e pouca conversa coerente de onde se destacam: "tudo bem?", "sim e contigo?", "também", "ah, fixe", "hum", "ur", "er", "hem".. Tudo isto selado com uns sorrisos sinceros, uns olhares que dizem tudo a alguém que passe a ver, mas (desgraçadamente) não dizem nada ao cegueta ao nosso lado! Cada movimento é pensado, o segundo em que vamos buscar pipocas (para ver se dá para roçar na mão dele), uma leve inclinação do pescoço em direcção ao ombro dele, as mãos postas bem à vista para quem quiser agarrar.. Às vezes estão tão perto que parece que só falta mesmo alguém tropeçar, bater num deles e resolver a questão! Há aqueles que se resolvem em 5 min.. e há aqueles que têm infinitos encontros e nunca mais se resolvem. Aqueles que gostam mesmo da outra pessoa têm medo de estar a interpretar mal e arruinar uma amizade que prezam imenso! Curioso é também o facto de massacrarmos os amigos a toda a hora com "vês? Ele não gosta de mim, não me liga nenhuma, não me dá sinal nenhum.. o que é que eu faço? Mas achas mesmo que ele está interessado em mim?!"..
Não sei.. gosto imenso desta quebra da monotonia, estar um dia cheia de convicção: “ele gosta mesmo!” E estar no outro dia completamente arrasada porque ele se sentou, de novo, ao lado da Marisabel! Correr para o telemóvel a rezar que o toque ou a mensagem seja dele, ficar à espera da resposta ao toque que acabámos de lhe dar e achar que ele está na cama com outra qualquer se o toque não chega nos 3 segundos seguintes!
"Amar alguém não é estupidez, estupidez é pensar que a outra pessoa também nos ama!"
sábado, janeiro 29, 2005
sábado, janeiro 22, 2005
Tugas e pseudo-estrangeiros
Tenho imenso orgulho em ser portuguesa. Adoro viajar, conhecer culturas, locais novos e até era capaz de viver no estrangeiro durante uns anos desde que soubesse que voltava. Faz-me falta o Portugal que eu conheço: o sol, as paisagens, os amigos, a língua e, tenho que reconhecer, faz-me falta a comida!
No entanto, há coisas nos meus compatriotas que eu não compreendo e custa-me imenso a tentar entender! Não vou falar daquela unha do dedo mindinho com um tamanho escandaloso, do facto de ninguém fazer piscas, do facto dos alfacinhas decorarem o tempo que demora a ficar verde nos semáforos, dos meus avós irem a um restaurante e só pedirem bacalhau, nem mesmo daquela coisa tétrica, que eu nunca vou perceber na vida, que é parar para ver acidentes. Lembro-me de estar a chover imenso e haver um acidente na IP5 (para variar). O acidente foi numa ponte e a polícia cortou a estrada. Pois foi ver uma multidão a sair dos carros para ir ver.. ver o quê?! Se tinha morrido alguém? Qual o modelo irreconhecível do carro? Para aparecer na TVI? Para quê?! (E claro, levavam as criancinhas por arrasto porque convém que elas vejam estas coisas, para cada vez menos saberem que a imagem de uma pessoa morta e desfigurada não é uma cena banal). Li não sei onde como é que se podia logo saber que as torres que caíram no 11 de Setembro não eram portuguesas: repararam que o pessoal estava a fugir? Se fosse em Portugal, a manada corria no outro sentido..
Sem querer ser xenófoba (até porque há sempre excepções), embirro imenso com emigrantes franceses. Dá-me ideia que qualquer português que vá uma semana para França, esquece como é que se fala português. Todos os anos em Agosto somos novamente invadidos.. mas pelo menos Napoleão sabia falar francês! É fácil ver quem são: nos supermercados falam com as caixas em "portucês": "Num me sabe dirre unde é la plage?", qualquer açoriano passava mais depressa por francês do que estas aves! E depois têm aquela particularidade de apenas falar português quando estão furiosos: "João Emanuel, já te disse 1000x para estares quieto!". Sou incapaz de dizer quantas pessoas já me contaram histórias destas. Alguns voltam para Portugal, trazem os seus filhos com dupla nacionalidade e uns nomes belíssimos.. Será que não têm pena dos filhos? Ok, se calhar na França a única música portuguesa que passa é das Claudisabeis, Claudias Marisas, Anas Micaelas, Marianas Vanessas.. mas tentem ter um pingo de bom gosto. Não guiam o carro durante o ano inteiro e vêm para cá com o seu jeito domingueiro, de crucifixo no retrovisor, semear acidentes pelas estradas (já de si em mau estado). Nós temos imensos acidentes em Portugal, mas no Verão a coisa torna-se caótica! E o 13 de Agosto? Ainda bem que não moro para os lados de Fátima! Aquela gente só pode mesmo agradecer à nossa Sra. de Fátima, da maneira como conduz, chegar são e salvo ao santuário é mesmo um milagre!
Também me chateiam aqueles portugueses que acham que sabem falar as línguas todas e não sabem dizer nada. Uma vez, estava num grupo em Espanha e queríamos comprar uns comprimidos quaisquer. O cromo do grupo ofereceu-se para perguntar onde havia uma farmácia. Chegou-se ao pé de um espanhol e perguntou (num português mal enrolado): "puede mi dizer onde é la farmacía?" e o espanhol não percebeu. Quando chegámos ao pé do senhor, pedimos por uma farmácia, devagar, em português. Ele voltou-se satisfeito: "ah, farmácia!" e deu-nos as indicações necessárias. Suspiro, há cada um mais triste!!
Não se pode agradar a gregos e troianos, não é? Ah.. já disse que adoro ser portuguesa?! ;)
No entanto, há coisas nos meus compatriotas que eu não compreendo e custa-me imenso a tentar entender! Não vou falar daquela unha do dedo mindinho com um tamanho escandaloso, do facto de ninguém fazer piscas, do facto dos alfacinhas decorarem o tempo que demora a ficar verde nos semáforos, dos meus avós irem a um restaurante e só pedirem bacalhau, nem mesmo daquela coisa tétrica, que eu nunca vou perceber na vida, que é parar para ver acidentes. Lembro-me de estar a chover imenso e haver um acidente na IP5 (para variar). O acidente foi numa ponte e a polícia cortou a estrada. Pois foi ver uma multidão a sair dos carros para ir ver.. ver o quê?! Se tinha morrido alguém? Qual o modelo irreconhecível do carro? Para aparecer na TVI? Para quê?! (E claro, levavam as criancinhas por arrasto porque convém que elas vejam estas coisas, para cada vez menos saberem que a imagem de uma pessoa morta e desfigurada não é uma cena banal). Li não sei onde como é que se podia logo saber que as torres que caíram no 11 de Setembro não eram portuguesas: repararam que o pessoal estava a fugir? Se fosse em Portugal, a manada corria no outro sentido..
Sem querer ser xenófoba (até porque há sempre excepções), embirro imenso com emigrantes franceses. Dá-me ideia que qualquer português que vá uma semana para França, esquece como é que se fala português. Todos os anos em Agosto somos novamente invadidos.. mas pelo menos Napoleão sabia falar francês! É fácil ver quem são: nos supermercados falam com as caixas em "portucês": "Num me sabe dirre unde é la plage?", qualquer açoriano passava mais depressa por francês do que estas aves! E depois têm aquela particularidade de apenas falar português quando estão furiosos: "João Emanuel, já te disse 1000x para estares quieto!". Sou incapaz de dizer quantas pessoas já me contaram histórias destas. Alguns voltam para Portugal, trazem os seus filhos com dupla nacionalidade e uns nomes belíssimos.. Será que não têm pena dos filhos? Ok, se calhar na França a única música portuguesa que passa é das Claudisabeis, Claudias Marisas, Anas Micaelas, Marianas Vanessas.. mas tentem ter um pingo de bom gosto. Não guiam o carro durante o ano inteiro e vêm para cá com o seu jeito domingueiro, de crucifixo no retrovisor, semear acidentes pelas estradas (já de si em mau estado). Nós temos imensos acidentes em Portugal, mas no Verão a coisa torna-se caótica! E o 13 de Agosto? Ainda bem que não moro para os lados de Fátima! Aquela gente só pode mesmo agradecer à nossa Sra. de Fátima, da maneira como conduz, chegar são e salvo ao santuário é mesmo um milagre!
Também me chateiam aqueles portugueses que acham que sabem falar as línguas todas e não sabem dizer nada. Uma vez, estava num grupo em Espanha e queríamos comprar uns comprimidos quaisquer. O cromo do grupo ofereceu-se para perguntar onde havia uma farmácia. Chegou-se ao pé de um espanhol e perguntou (num português mal enrolado): "puede mi dizer onde é la farmacía?" e o espanhol não percebeu. Quando chegámos ao pé do senhor, pedimos por uma farmácia, devagar, em português. Ele voltou-se satisfeito: "ah, farmácia!" e deu-nos as indicações necessárias. Suspiro, há cada um mais triste!!
Não se pode agradar a gregos e troianos, não é? Ah.. já disse que adoro ser portuguesa?! ;)
quarta-feira, janeiro 05, 2005
Já em 2005?!
Ainda não acordei bem para a vida e hoje já é dia 5 de Janeiro de 2005! Continuo com trabalhos para ontem, os problemas são os mesmos e o frio também mas a minha memória está enriquecida com quatro dias fabulosos que eu desejei TANTOOOOOOOO que não acabassem!!
No domingo achava que não devíamos viver dias tão bons, depois ficamos com um melão de todo o tamanho quando estes dias acabam!
Adorei ver o nascer-do-sol, adorei estar na praia e a garrafa de champanhe de 2 euros não abrir, adorei estar salpicada da água do mar enquanto jogavam à bola, ter uma sorte brutal a jogar às cartas, adorei tentar perceber se acordava de noite ou se era mesmo hora de jantar, adorei jogar, conversar e desconversar, adorei não dormir, adorei ter toda a gente lá em casa e termos conseguido limpar aquilo, foi a melhor passagem de ano de sempre, sei que entrei em 2005 com dois pés direitos (lol) mas estou mesmo triste por ter passado. Porque é que o meu subconsciente não me dá tréguas? Já quanto à música que tocava nos bares, quer-se dizer.. "O-Zone" tem que ser a primeira coisa que eu tenho que ouvir no novo ano?! "Clementina de Jesus"? "Estou na lua"? "Amanhã de manhã"? Ó meuz amigoz, é que não havia nexexidade nenhuma!!! Melhor mesmo foi descobrir os chapéus, as plumas e ligar o rádio!
Já combinámos repetir mas estas coisas enfim, já se sabe que as intenções são boas, o problema é a concretização!
Para toda a gente que lá esteve e para todos os meus amigos (que nem fazem ideia que sou eu que escrevo estas barbaridades porque eu nunca assumi), muito obrigada por me terem proporcionado um ano de 2004 simplesmente excelente, que eu não queria que acabasse. Infelizmente acabou mas acabou mesmo em grande! Agora só queria que 2005 tivesse metade das sensações e coisas boas que tive em 2004.
Um óptimo ano para toda a gente!!
(E desculpem o atraso mas ainda estou a acordar!)
PS: Mr. P ou escreves alguma coisa aqui ou eu prometo que meto aquela fotografia dourada da passagem de ano, estamos entendidos?? lolol
No domingo achava que não devíamos viver dias tão bons, depois ficamos com um melão de todo o tamanho quando estes dias acabam!
Adorei ver o nascer-do-sol, adorei estar na praia e a garrafa de champanhe de 2 euros não abrir, adorei estar salpicada da água do mar enquanto jogavam à bola, ter uma sorte brutal a jogar às cartas, adorei tentar perceber se acordava de noite ou se era mesmo hora de jantar, adorei jogar, conversar e desconversar, adorei não dormir, adorei ter toda a gente lá em casa e termos conseguido limpar aquilo, foi a melhor passagem de ano de sempre, sei que entrei em 2005 com dois pés direitos (lol) mas estou mesmo triste por ter passado. Porque é que o meu subconsciente não me dá tréguas? Já quanto à música que tocava nos bares, quer-se dizer.. "O-Zone" tem que ser a primeira coisa que eu tenho que ouvir no novo ano?! "Clementina de Jesus"? "Estou na lua"? "Amanhã de manhã"? Ó meuz amigoz, é que não havia nexexidade nenhuma!!! Melhor mesmo foi descobrir os chapéus, as plumas e ligar o rádio!
Já combinámos repetir mas estas coisas enfim, já se sabe que as intenções são boas, o problema é a concretização!
Para toda a gente que lá esteve e para todos os meus amigos (que nem fazem ideia que sou eu que escrevo estas barbaridades porque eu nunca assumi), muito obrigada por me terem proporcionado um ano de 2004 simplesmente excelente, que eu não queria que acabasse. Infelizmente acabou mas acabou mesmo em grande! Agora só queria que 2005 tivesse metade das sensações e coisas boas que tive em 2004.
Um óptimo ano para toda a gente!!
(E desculpem o atraso mas ainda estou a acordar!)
PS: Mr. P ou escreves alguma coisa aqui ou eu prometo que meto aquela fotografia dourada da passagem de ano, estamos entendidos?? lolol
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