(continuação)
Subi alguns degraus até à entrada do museu e fiquei algo espantada por ver lá o João!
- Por cá?
- Olá! Então que andas por aqui a fazer?
- Eu... olha, vi publicidade à exposição temporária e vim cá dar uma vista de olhos! Quanto custa?
- É grátis, está patrocinada por um banco qualquer.
- Ah, ok! Vou dar uma vista de olhos... que fixe ver-te aqui! A ver se nos encontramos um dia destes.
- Espera, toma lá o folheto com o mapa cá do sítio! Viras ali à direita para começar.
- Obrigada!
Pisquei-lhe o olho e segui pelo corredor, virei à direita tal como ele me disse, mas o local estava cheio de setas de qualquer modo. Cocei o pescoço por reflexo. Entrei na sala e fiquei maravilhada com algumas peças, fico sempre perdida não só pelo modo como está tudo tão bem pintado, desenhado e “recortado” como pelo facto de tudo aquilo ter uma mensagem subjacente e um significado que eu não compreendo totalmente. Senti que a minha busca pela sétima e última pista tinha toda a lógica em estar ali. Mistérios e mais mistérios que não vão ser desvendados porque já se perderam no tempo. Nas areias do tempo é capaz de ser uma expressão mais conveniente...
Depois de ter demorado imenso tempo a ver a sala (tinha tempo), abri o mapa para ver para onde tinha que me dirigir e descobri que o meu mapa não era apenas da sala, nem sequer da exposição ou do museu. O meu mapa estava “ligeiramente” alterado. Conseguia ver alguns corredores do museu, mas tinha outro mapa desenhado por cima. Era um mapa da cidade, ou parte dela, e tinha uma bola encarnada no sítio do museu. Essa bola encarnada era a referência à sala temporária onde me encontrava no mapa original. Um bocado a custo, lá entendi que a exposição tinha apenas outra sala do outro lado do corredor e dirigi-me para lá. Não vi grande coisa da segunda sala, tinha bem presente que tinha andado a última hora e tal com a sétima pista nas mãos e nem um olhar lhe tinha deitado... Apercebi-me de repente que o João também estava metido naquilo! A minha esperança acendeu de novo e tive bastantes dificuldades em acalmá-la, a caixa na minha mala também não me ajudava a esquecer do que eu queria acreditar.
Olhei para o mapa com cuidado, visto não me conseguir concentrar nas jarras canópicas onde os egípcios colocavam alguns orgãos dos mortos (sim, dos vivos era capaz de ser chato). O mapa não estava completo e a única coisa realmente desenhada era o local do museu e do rio. Mas não estava propriamente claro em que zona do rio é que estava a resposta e o raio da cidade está praticamente rodeada de água! Reparei melhor no mapa original e existia um quadrado onde alguém tinha pintado quatro quadradinhos por cima das pontas do quadrado original. O quadrado grande ficava mesmo na zona do rio, supostamente seria uma sala qualquer no primeiro piso do museu, mas ali podia muito bem significar uma plataforma quadrada no rio... E aquela forma de plataforma não era completamente desconhecida. Estava tão contente que deixei as múmias para a próxima visita, elas também não iam longe. De qualquer modo, ainda me demorei na loja do museu onde comprei um escaravelho para recordação. Na saída voltei a passar pelo João.
- Safado, estás metido nisto!
- Não acredito que só te vais embora agora. Pensei que já tivesses saído e eu não te tinha visto!
- Só reparei agora no mapa adulterado que me deste! Eu sou um bocadinho lenta, tens que ter paciência e...
- Despacha-te, vai lá embora depressa, mexe-te!
- Mas qual é a pressa?
- É que eu já avisei que tinhas saído...
- Ah sim? Quem é que avisaste? Como sabes que vou para o sítio certo? Ajuda-me!
- Ora, deixa-te lá disso, pisga-te!!
- Se fosse contigo queria ver...
- Despacha-te miúda!! Ele está à espera, não tarda perdes o pôr-do-sol!
E... e... raio, demora taaaaaaaanto!
ResponderEliminar........quero ler a última pista!!! Quando vai ser colocada online? Estou tão tão tão curiosa...achas isto bem miss i?...Please...coloca o resto online!!! Acaba com esta curiosidade...Sim?
ResponderEliminarBem, a última tem que fazer o suspense todo durar, não é?
ResponderEliminarSó espero é não defraudar nenhuma expectativa!... ;)
Quero um pôr-do-sol desses!
ResponderEliminarJá agora, quando acabar o dinheiro da bolsa podes sempre montar uma daquelas empresas que oferecem "experiências personalizadas" - com ideias destas, o sucesso está garantido!;)
Já anotei a proposta! Mas não deixa de ser curioso que a minha prof. primária dizia que eu primava pela falta de imaginação nas composições... ;)
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