P: O que é pior: a ignorância ou a indiferença?
R: Não sei, nem quero saber!!
Pois é.. juro a pés juntos que não quero conhecer ninguém assim! Gosto de ser portuguesa e tento, ao máximo, escrever sem erros ortográficos. Não acho que seja grave um erro ou outro (especialmente na net por causa da rapidez com que teclamos) mas há gente que mostra claramente que não sabe escrever. Pior, fazem-nos ler em voz alta as frases com diversas entoações para percebermos o que eles querem dizer. Já tive alguém a discutir comigo porque o verbo "crer" não existia, que era o verbo "querer" mal escrito. Uma pessoa fica em estado de choque com estas barbaridades! Ainda tentei esclarecer o "iluminado", mas sem sucesso porque é ele que me está a ensinar, eu é que ainda não percebi que estou enganada! Como diria o outro: a ignorância não tem limites, portanto, qualquer ignorante consegue ser mais persistente que nós, afinal, o número de argumentos de que ele dispõe é infinito!
Agora a ignorância aliada à indiferença deve ser um resultado digno de estar em exposição num circo!
Ninguém nasce ensinado e todos temos que aprender montes de coisas que não interessam a ninguém (bem, talvez a alguém). Mas há pessoal que consegue fazer uma resistência enorme à cultura geral e ao senso comum! Há certas respostas e perguntas que nos deixam boquiabertos pelo amontoado de disparates empacotado em tão pouco tempo. Regra geral, este pessoal não sabe do que está a falar (aliás, adora dar opinião sobre assuntos que não conhece), mas pelo sim pelo não, também não pergunta!
Não é que tenhamos todos de ser cientistas, advogados ou doutores e muito menos que consigamos falar 10% de todos os dialectos existentes a nível mundial, mas quer-se dizer, pessoal que não reparou que os EUA tinham invadido o Iraque? Pessoal que ainda não percebeu que "poliglota" não é uma espécie parecida com um camaleão? Que "noctívago" não é o nome de uma árvore ou mesmo que "xenófobo" não é um moscardo? Existem uns livrinhos pequeninos que explicam o significado das palavras (dão pelo curioso nome de "dicionário") e agora com o acesso generalizado à net, só não aprende nem se actualiza quem não quer!
Já agora, há um site muito prático para tirar aquelas dúvidas que nos surgem quando navegamos por estes mares cibernéticos (ou quando estamos a fazer palavras cruzadas): www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx
sexta-feira, outubro 29, 2004
terça-feira, outubro 26, 2004
O "kamikaze" tuga
Certas pessoas devem ter aterrado de cabeça quando nasceram, só pode!
Hoje em dia vemos e ouvimos cada atrocidade que damos por nós a pensar até que ponto algumas pessoas conseguem ser imbecis! Será que, tal como na ignorância, não há limite?
Em geral, não tenho nada contra fumadores (desde que não fumem para cima de mim ou da minha comida). Mas há fumadores bestiais: deitar a beata fora do carro, além de proibido, é extremamente perigoso porque pode atear um pequeno fogo à beira da estrada. Ora um pequeno incêndio, no Verão, com muita vegetação seca dá mau resultado! Porque é que não metem a beata num buraco qualquer do carro? O carro está assim tão nojento que nem tem espaço no cinzeiro? Comam a beata ou apaguem-na onde quiserem (de preferência sem atear fogo ao carro), mas não a atirem acesa!
Nas bombas de gasolina chego a ter a sensação que sou eu que não sei ler os sinais expostos. O que é que se entende por "proibido fumar"? Já repararam que, só por acaso, estão um local cheio de vapores de combustíveis e de matérias facilmente inflamáveis? Até a palavra "bomba" foi bem escolhida! Querem ver-nos todos pelos ares?! E depois como se apaga a beata? Claro está, atira-se para o chão (!!) e pisa-se com o sapato! (Nem comento!) E o que é que entendem por "não usar o telemóvel"? Não compreendem que, se não fosse perigoso, ninguém se preocupava em colocar sinais por tudo quanto é sítio? No outro dia, estava numa bomba a atestar o carro e estava um anormal qualquer a falar ao telemóvel e a fumar. Não, ele não estava a 10 km das bombas, estava mesmo ali a 5 metros de mim!! Mas qual era a ideia daquele imbecil? Antecipar o fogo-de-artifício de Ano Novo?!
Condutores com a carta tirada por correio: mas de que raio de escola é que eles sairam? O examinador (o que deixou aquele suicida à solta na estrada) devia ser obrigado a ir no lugar de pendura sempre que o outro resolvesse pegar no carro! Acho que é castigo que baste se ele conseguir sobreviver aos sucessivos atentados à sua integridade física e nervosa.
Os retrovisores existem para alguma coisa, a sério que sim! Se experimentarem olhar antes ultrapassar, até reparam que pode vir alguém a ultrapassar-vos nesse preciso momento! Bem bem é: se forem numa auto-estrada e o outro vier a uns 140km/h, metam-se à frente dele à vertiginosa velocidade de 60km/h! (Ideal para quem gosta de ouvir buzinar e sentir o cheiro a borracha queimada ou ferro cortado).
O risco contínuo foi criado por alguma razão, pode parecer que não, mas do outro lado do risco pode vir gente de frente! (Sim, a sério!) Ultrapassar em sítios onde a visibilidade é muito má (para não dizer que "não se vê um boi") também não é lá muito boa ideia! Ultrapassar um carro que já esteja a ultrapassar algum e ficarem 3 em paralelo, também não me parece que vá aumentar a esperança média de vida dos condutores! E nas rotundas, a lei é sempre a mesma: se não vier ninguém, arrancar muitoooo devagar para ver se alguém lhes paga um pára-choques novo, mas se vier alguém, arrancar o mais depressa possível para ver se o outro consegue travar a tempo (ou não)! Outra variante, também muito inteligente, é a de parar no meio da rotunda para deixar entrar alguém.
Fazem resmas de asneiras mas quando os chamamos à atenção, porque é que acham sempre que são eles que têm razão?! E eu que até gosto de desportos radicais!...
Hoje em dia vemos e ouvimos cada atrocidade que damos por nós a pensar até que ponto algumas pessoas conseguem ser imbecis! Será que, tal como na ignorância, não há limite?
Em geral, não tenho nada contra fumadores (desde que não fumem para cima de mim ou da minha comida). Mas há fumadores bestiais: deitar a beata fora do carro, além de proibido, é extremamente perigoso porque pode atear um pequeno fogo à beira da estrada. Ora um pequeno incêndio, no Verão, com muita vegetação seca dá mau resultado! Porque é que não metem a beata num buraco qualquer do carro? O carro está assim tão nojento que nem tem espaço no cinzeiro? Comam a beata ou apaguem-na onde quiserem (de preferência sem atear fogo ao carro), mas não a atirem acesa!
Nas bombas de gasolina chego a ter a sensação que sou eu que não sei ler os sinais expostos. O que é que se entende por "proibido fumar"? Já repararam que, só por acaso, estão um local cheio de vapores de combustíveis e de matérias facilmente inflamáveis? Até a palavra "bomba" foi bem escolhida! Querem ver-nos todos pelos ares?! E depois como se apaga a beata? Claro está, atira-se para o chão (!!) e pisa-se com o sapato! (Nem comento!) E o que é que entendem por "não usar o telemóvel"? Não compreendem que, se não fosse perigoso, ninguém se preocupava em colocar sinais por tudo quanto é sítio? No outro dia, estava numa bomba a atestar o carro e estava um anormal qualquer a falar ao telemóvel e a fumar. Não, ele não estava a 10 km das bombas, estava mesmo ali a 5 metros de mim!! Mas qual era a ideia daquele imbecil? Antecipar o fogo-de-artifício de Ano Novo?!
Condutores com a carta tirada por correio: mas de que raio de escola é que eles sairam? O examinador (o que deixou aquele suicida à solta na estrada) devia ser obrigado a ir no lugar de pendura sempre que o outro resolvesse pegar no carro! Acho que é castigo que baste se ele conseguir sobreviver aos sucessivos atentados à sua integridade física e nervosa.
Os retrovisores existem para alguma coisa, a sério que sim! Se experimentarem olhar antes ultrapassar, até reparam que pode vir alguém a ultrapassar-vos nesse preciso momento! Bem bem é: se forem numa auto-estrada e o outro vier a uns 140km/h, metam-se à frente dele à vertiginosa velocidade de 60km/h! (Ideal para quem gosta de ouvir buzinar e sentir o cheiro a borracha queimada ou ferro cortado).
O risco contínuo foi criado por alguma razão, pode parecer que não, mas do outro lado do risco pode vir gente de frente! (Sim, a sério!) Ultrapassar em sítios onde a visibilidade é muito má (para não dizer que "não se vê um boi") também não é lá muito boa ideia! Ultrapassar um carro que já esteja a ultrapassar algum e ficarem 3 em paralelo, também não me parece que vá aumentar a esperança média de vida dos condutores! E nas rotundas, a lei é sempre a mesma: se não vier ninguém, arrancar muitoooo devagar para ver se alguém lhes paga um pára-choques novo, mas se vier alguém, arrancar o mais depressa possível para ver se o outro consegue travar a tempo (ou não)! Outra variante, também muito inteligente, é a de parar no meio da rotunda para deixar entrar alguém.
Fazem resmas de asneiras mas quando os chamamos à atenção, porque é que acham sempre que são eles que têm razão?! E eu que até gosto de desportos radicais!...
sexta-feira, outubro 22, 2004
Manual para gajos - Lição 2: "Complicar o simples"
Qualquer rapariga que se preze, nasce doutorada neste assunto! Transformar um copo de água numa tempestade é um truque para principiantes e, por volta dos 15 anos, já consegue contar os cabelos brancos que provoca ao pai e, futuramente, ao namorado.
O cerne da questão está em defender com unhas e dentes o ponto de vista dela, mesmo que não tenha ponta de razão! Provavelmente, ao fim de uns 10 minutos de discussão, ela começa a perceber que não tem razão mas nunca vai dar o braço a torcer, é que nem morta! Curioso é ver ao que os gajos se submetem: desde ficar calados quando sabem que têm razão, ao dormir no sofá ou mesmo fingir que vêem telenovelas desde que os deixem em paz quando começar o jogo de futebol.
Pode parecer que não, mas partir uma unha é uma calamidade global até porque agora tem que cortar as outras unhas todas (para ficarem com mesmo tamanho) que demoraram TANTO tempo a ficar perfeitas! Ter uma amiga que usa o mesmo vestido que nós na mesma festa é, sem sombra de dúvida, uma catástrofe! Por alguma razão, os rapazes andam todos de igual (no mesmo fato de pinguim que lhes fica a matar, a sério que fica!) e não se preocupam minimamente com isso. Não é para compreender, é uma catástrofe e pronto! (Tipo axioma) Já agora, precisamos mesmo dos 200 vestidos para não escolher nenhum, dos saltos altos que nos vão deixar sem andar no dia seguinte e também de, pelo menos, uma hora desde estar pronta até sair efectivamente de casa. Não há volta a dar, nem vale a pena tentar!
O facto de alguém mandar uma sms a dizer "Boa noite, tudo bem?" ao nosso respectivo pode ter umas 100 interpretações diferentes, todas elas com o mesmo nível de alta traição. E é bom que ele tenha a história bem ensaiada porque ela vai apanhar cada vírgula em falso! (Mesmo que ele esteja a contar a verdade, mas isso não interessa nada!) Cortar 5mm do cabelo é algo que altera por completo a nossa fisionomia e o facto dele não reparar, só pode querer dizer que não está minimamente interessado em nós e que tem outra. (Ele ser míope e daltónico é um pormenor que NUNCA vai ser tomado em conta).
Pelo sim, pelo não, uma vez por mês, digam que notam alguma coisa de diferente nela! Primeiro, pode ser que até acertem e ela fica toda contente por terem notado (nunca digam é que estava melhor antes, mesmo que ela pergunte e seja verdade), se ela disser que não tem nada de diferente (que continua gorda e blá blá), digam só que está particularmente bonita nessa noite. Aposto que ela vai ficar toda simpática e risonha, ou seja, pelo menos nessa noite não vai chatear! (Quem é amiga quem é?)
A aparente dificuldade em ver as coisas tal como elas são não é defeito, é feitio! Conseguimos sempre encontrar significados obscuros escondidos em qualquer coisa que alguém nos diga e nunca lemos o que está escrito, lemos sempre o que interpretamos (ou seja, o que achamos que o autor queria escrever). Lemos todas as entrelinhas, quer elas existam ou não. As coisas nunca são simples e claras e conseguimos baralhar qualquer pessoa que tente provar o contrário. O problema é que os rapazes são exactamente o oposto! Elas podem, de facto, ter uma certa sensibilidade para apanhar alguma provocação subtil mas exageram o que encontraram, eles simplesmente não encontram! Aqui convinha achar o meio termo: elas perceberem exactamente as subtilezas inerentes a uma provocação na sua medida exacta e eles perceberem indirectas (daquelas descaradas) que lhes passam sempre ao lado. O mundo é o que é.. ou será que não é?
Gajos de todo o mundo: que a paciência esteja convosco!
O cerne da questão está em defender com unhas e dentes o ponto de vista dela, mesmo que não tenha ponta de razão! Provavelmente, ao fim de uns 10 minutos de discussão, ela começa a perceber que não tem razão mas nunca vai dar o braço a torcer, é que nem morta! Curioso é ver ao que os gajos se submetem: desde ficar calados quando sabem que têm razão, ao dormir no sofá ou mesmo fingir que vêem telenovelas desde que os deixem em paz quando começar o jogo de futebol.
Pode parecer que não, mas partir uma unha é uma calamidade global até porque agora tem que cortar as outras unhas todas (para ficarem com mesmo tamanho) que demoraram TANTO tempo a ficar perfeitas! Ter uma amiga que usa o mesmo vestido que nós na mesma festa é, sem sombra de dúvida, uma catástrofe! Por alguma razão, os rapazes andam todos de igual (no mesmo fato de pinguim que lhes fica a matar, a sério que fica!) e não se preocupam minimamente com isso. Não é para compreender, é uma catástrofe e pronto! (Tipo axioma) Já agora, precisamos mesmo dos 200 vestidos para não escolher nenhum, dos saltos altos que nos vão deixar sem andar no dia seguinte e também de, pelo menos, uma hora desde estar pronta até sair efectivamente de casa. Não há volta a dar, nem vale a pena tentar!
O facto de alguém mandar uma sms a dizer "Boa noite, tudo bem?" ao nosso respectivo pode ter umas 100 interpretações diferentes, todas elas com o mesmo nível de alta traição. E é bom que ele tenha a história bem ensaiada porque ela vai apanhar cada vírgula em falso! (Mesmo que ele esteja a contar a verdade, mas isso não interessa nada!) Cortar 5mm do cabelo é algo que altera por completo a nossa fisionomia e o facto dele não reparar, só pode querer dizer que não está minimamente interessado em nós e que tem outra. (Ele ser míope e daltónico é um pormenor que NUNCA vai ser tomado em conta).
Pelo sim, pelo não, uma vez por mês, digam que notam alguma coisa de diferente nela! Primeiro, pode ser que até acertem e ela fica toda contente por terem notado (nunca digam é que estava melhor antes, mesmo que ela pergunte e seja verdade), se ela disser que não tem nada de diferente (que continua gorda e blá blá), digam só que está particularmente bonita nessa noite. Aposto que ela vai ficar toda simpática e risonha, ou seja, pelo menos nessa noite não vai chatear! (Quem é amiga quem é?)
A aparente dificuldade em ver as coisas tal como elas são não é defeito, é feitio! Conseguimos sempre encontrar significados obscuros escondidos em qualquer coisa que alguém nos diga e nunca lemos o que está escrito, lemos sempre o que interpretamos (ou seja, o que achamos que o autor queria escrever). Lemos todas as entrelinhas, quer elas existam ou não. As coisas nunca são simples e claras e conseguimos baralhar qualquer pessoa que tente provar o contrário. O problema é que os rapazes são exactamente o oposto! Elas podem, de facto, ter uma certa sensibilidade para apanhar alguma provocação subtil mas exageram o que encontraram, eles simplesmente não encontram! Aqui convinha achar o meio termo: elas perceberem exactamente as subtilezas inerentes a uma provocação na sua medida exacta e eles perceberem indirectas (daquelas descaradas) que lhes passam sempre ao lado. O mundo é o que é.. ou será que não é?
Gajos de todo o mundo: que a paciência esteja convosco!
terça-feira, outubro 19, 2004
Um mês? Já?!
Ah pois é! O nosso "blogzinho" (em português deve ser qualquer coisa como "beloguezinho") faz hoje um mês! Reparei que temos posto imensos posts num tempo de vida tão curto, mas talvez a inspiração seja derivada disso mesmo: é novidade! De qualquer modo, espero que a vontade de escrever esteja para durar!
Como não podia deixar de ser, quero agradecer ao pessoal que tem lido isto e, especialmente, às duas pessoas (incrível! No plural e tudo!) que nos visitam regularmente e deixam cá a sua "impressão comental", desde já, um enorme OBRIGADO! (Se não for pedir demais, continuem a aparecer!) Um abraço mais-que-especial para o Mr. P que teve a coragem de se meter nisto comigo! És o maior! (Se me abandonares, quero ficar com as tuas almofadas!) Agora a sério, livra-te de parar de escrever! ;)
Incrível como uma coisinha tão perto do insignificante pode dar tanto gozo! Tal como escrevi no meu primeiro post: cada texto não passa de uma opinião e, como tal, é passível de ser discutida, defendida ou contestada!
Obrigado a todos que "desperdiçam" um bocadinho do vosso tempo por aqui!
Como não podia deixar de ser, quero agradecer ao pessoal que tem lido isto e, especialmente, às duas pessoas (incrível! No plural e tudo!) que nos visitam regularmente e deixam cá a sua "impressão comental", desde já, um enorme OBRIGADO! (Se não for pedir demais, continuem a aparecer!) Um abraço mais-que-especial para o Mr. P que teve a coragem de se meter nisto comigo! És o maior! (Se me abandonares, quero ficar com as tuas almofadas!) Agora a sério, livra-te de parar de escrever! ;)
Incrível como uma coisinha tão perto do insignificante pode dar tanto gozo! Tal como escrevi no meu primeiro post: cada texto não passa de uma opinião e, como tal, é passível de ser discutida, defendida ou contestada!
Obrigado a todos que "desperdiçam" um bocadinho do vosso tempo por aqui!
domingo, outubro 17, 2004
Manual para gajos - Lição 1: "TPM o car*lho!!"
"Zé Pedro chega a casa todo contente, pressente que hoje é uma noite boa. Hoje é que vai ser uma "louca noite sem dormir" como diria o conhecido nortenho! Se calhar até compra uma rosa para dar um toque especial. Imagina a mesa de jantar, as velinhas, a rosa no centro e os bifes a arrefecerem no prato. Tudo a estremecer ligeiramente porque não conseguiu aguentar o desejo de ter a sua Maria até à sobremesa! Ri sozinho. Feliz da vida, entra em casa com um glorioso: "Cheguei!". Em vez de um lindo sorriso ou um abraço, obtém um grunhido como resposta. Ele esforça-se por manter o sorriso. Timidamente, mostra-lhe a rosa e recebe um seco "Diz lá o que é que tu queres". O sorriso desaparece-lhe finalmente da cara, "Porra, já não posso ser simpático?!". Ela agarra na rosa e vira-lhe costas.
Ao jantar, não há rastos da rosa, das velas ou mesmo dos bifes! Ele olha desconsolado para o peixe cozido quem tem à frente. Ela repara: "Que foi? Estás armado em esquisito?". Num supremo esforço para não perder a noite, o Zé levanta-se, chega perto da Maria e deixa deslizar dois dedos pelo decote dela enquanto lhe beija o pescoço. Ela enxota-o e manda-o passear. Ele explode: "Mas que raio, um gajo chega nem bom dia nem boa tarde! Não ligaste nenhuma à rosa e ainda estás para aqui com m*rdas? F*da-se!! Que mau humor!! Estás naqueles dias não é???". Não se lembra de mais nada porque uma frigideira o deixou KO."
Analisando a cena: ela está de mau humor, a única coisa que ele podia (e devia) ter feito era ignorá-la ou perguntar-lhe o que se passava (caso ela quisesse desabafar, senão, não valia a pena insistir). Ele ainda se esforçou (e talvez um strip bem humorado da parte dele ajudasse) mas cometeu um erro imperdoável com aquela frase final! Não há homem que não associe (mentalmente ou não) e não há mulher que não o queira esganar depois. Sim, meus lindos, há outras razões para o mau humor senão vocês nunca poderiam sentir-se assim! (Lindo!). Simplesmente, tentem ser compreensíveis, se calhar partiu uma unha ou aconteceu uma merdice qualquer sem importância nenhuma, mas as mulheres adoram complicar e vocês sabem isso! Apenas evitem falar ligar as coisas, podem até pensar mas não pensem alto! É claro que há estudos que provam que há, de facto, essa ligação em ALGUMAS mulheres. São apenas "dias não" em que o corpo está cansado, sentimo-nos mal e queríamos passar o dia todo a dormir (vocês também têm disto). Conselho: ignorem, provavelmente no dia seguinte é como se não tivesse acontecido nada! (Se, por azar, a vossa Maria for uma feliz contemplada do estudo acima mencionado, esperem pela semana seguinte!)
"Zé Pedro chega a casa cansado e ainda esteve para dar um giro só de se lembrar da cena do dia anterior. Mete a chave na porta e tenta não fazer barulho para não lhe chatearem a cabeça (que ainda dói a sério por causa da tresloucada com a frigideira). A Maria está à espera dele, a sorrir, embrulhada num robe semi-transparente. "Desculpa a cena de ontem, o ambiente no escritório anda de cortar à faca! Como está a tua cabeça?" Sem esperar resposta, dá-lhe um beijo espectacular que o encosta à porta da entrada. Nessa noite, a mesa de jantar nem chegou a ser posta.."
(Este post é totalmente dedicado ao Vítor Hugo, só podia! Estás cheio de sorte que eu não tenho nenhuma frigideira à mão! lol)
Ao jantar, não há rastos da rosa, das velas ou mesmo dos bifes! Ele olha desconsolado para o peixe cozido quem tem à frente. Ela repara: "Que foi? Estás armado em esquisito?". Num supremo esforço para não perder a noite, o Zé levanta-se, chega perto da Maria e deixa deslizar dois dedos pelo decote dela enquanto lhe beija o pescoço. Ela enxota-o e manda-o passear. Ele explode: "Mas que raio, um gajo chega nem bom dia nem boa tarde! Não ligaste nenhuma à rosa e ainda estás para aqui com m*rdas? F*da-se!! Que mau humor!! Estás naqueles dias não é???". Não se lembra de mais nada porque uma frigideira o deixou KO."
Analisando a cena: ela está de mau humor, a única coisa que ele podia (e devia) ter feito era ignorá-la ou perguntar-lhe o que se passava (caso ela quisesse desabafar, senão, não valia a pena insistir). Ele ainda se esforçou (e talvez um strip bem humorado da parte dele ajudasse) mas cometeu um erro imperdoável com aquela frase final! Não há homem que não associe (mentalmente ou não) e não há mulher que não o queira esganar depois. Sim, meus lindos, há outras razões para o mau humor senão vocês nunca poderiam sentir-se assim! (Lindo!). Simplesmente, tentem ser compreensíveis, se calhar partiu uma unha ou aconteceu uma merdice qualquer sem importância nenhuma, mas as mulheres adoram complicar e vocês sabem isso! Apenas evitem falar ligar as coisas, podem até pensar mas não pensem alto! É claro que há estudos que provam que há, de facto, essa ligação em ALGUMAS mulheres. São apenas "dias não" em que o corpo está cansado, sentimo-nos mal e queríamos passar o dia todo a dormir (vocês também têm disto). Conselho: ignorem, provavelmente no dia seguinte é como se não tivesse acontecido nada! (Se, por azar, a vossa Maria for uma feliz contemplada do estudo acima mencionado, esperem pela semana seguinte!)
"Zé Pedro chega a casa cansado e ainda esteve para dar um giro só de se lembrar da cena do dia anterior. Mete a chave na porta e tenta não fazer barulho para não lhe chatearem a cabeça (que ainda dói a sério por causa da tresloucada com a frigideira). A Maria está à espera dele, a sorrir, embrulhada num robe semi-transparente. "Desculpa a cena de ontem, o ambiente no escritório anda de cortar à faca! Como está a tua cabeça?" Sem esperar resposta, dá-lhe um beijo espectacular que o encosta à porta da entrada. Nessa noite, a mesa de jantar nem chegou a ser posta.."
(Este post é totalmente dedicado ao Vítor Hugo, só podia! Estás cheio de sorte que eu não tenho nenhuma frigideira à mão! lol)
sexta-feira, outubro 15, 2004
Irritam-me.. a sério!
Pessoas que não vão directas ao assunto!! Começam um assunto que não interessa a ninguém mas fingimo-nos interessados para não parecer mal. Dez minutos depois ainda estamos na conversa de partida entremeada por: "estás a acompanhar?", "percebes o que eu senti?" ou "isto, no meu ponto de vista..". Ainda não percebi o final da conversa e já estou com os nervos em franja! Apetece esganar a pessoa, meter-lhe um saca-rolhas pela garganta abaixo e finalmente tirar as palavras que não saem nem à lei da bala! Ali com tantos rodeios e não dizem o que querem dizer! Pior ainda, há sempre alguém que mete o bedelho constantemente (provavelmente também já pelo nervoso de estar há não sei quanto tempo a tentar perceber o final da história) . Para ver se apressa o final, o inteligente começa a repetir o que a outra acabou de dizer (e de repetir umas 5x). E raios partam os dois!! O ansioso para saber rapidamente o fim, acaba de cortar a linha de raciocínio ao anormal que é o centro das atenções há "n" tempo e ainda não acabou a história porque está sempre a repetir o mesmo. Não sei qual é o que me irrita mais, o que não diz o que quer dizer ou o que o interrompe constantemente.
Moral da história: o fim não interessa a ninguém mas está tudo stressado demais para falar do assunto na meia hora seguinte.
Digo já que não me estou a referir aos gagos (antes que leve um processo por difamação!). Esses também abusam dos nervos do pessoal (quando a história é longa) mas toda a gente compreende que não é por falta de neurónios disponíveis para irem directos ao assunto, é simplesmente uma deficiência na fala. Se bem que, neste caso, tentar ajudar e repetir o que o outro acabou de dizer é completamente descabido porque enerva o gago e depois ninguém sai dali!
Para os que não são gagos: mas é assim tão difícil dizer o que se está a pensar? Serão precisos assim tantos rodeios? Às vezes um pouco de eufemismo e alguns rodeios não fazem mal a ninguém, mas como em tudo, há que ter peso e medida! Qualquer dia não há ouvinte que não prefira ler o "Guerra e Paz" porque a probabilidade de chegar ao fim primeiro é maior!!
Moral da história: o fim não interessa a ninguém mas está tudo stressado demais para falar do assunto na meia hora seguinte.
Digo já que não me estou a referir aos gagos (antes que leve um processo por difamação!). Esses também abusam dos nervos do pessoal (quando a história é longa) mas toda a gente compreende que não é por falta de neurónios disponíveis para irem directos ao assunto, é simplesmente uma deficiência na fala. Se bem que, neste caso, tentar ajudar e repetir o que o outro acabou de dizer é completamente descabido porque enerva o gago e depois ninguém sai dali!
Para os que não são gagos: mas é assim tão difícil dizer o que se está a pensar? Serão precisos assim tantos rodeios? Às vezes um pouco de eufemismo e alguns rodeios não fazem mal a ninguém, mas como em tudo, há que ter peso e medida! Qualquer dia não há ouvinte que não prefira ler o "Guerra e Paz" porque a probabilidade de chegar ao fim primeiro é maior!!
quarta-feira, outubro 13, 2004
Os gajos já não são o que eram!
Estava parada num semáforo e à minha frente (no carro dele) estava um rapaz a pentear-se com a ajuda do espelho retrovisor. Pentear-se é como quem diz: inclinar aquelas 3 pontas de cabelo (solidificadas à custa de muito gel, pessoalmente, acho que a "super cola 3" dá o mesmo aspecto final e dura mais) um pouco mais para a direita. Fiquei a pensar: aquilo de usar o espelho retrovisor para retocar o aspecto era mesmo "coisa de gaja". Como os tempos mudaram!
Os rapazes de agora conseguem demorar mais tempo do que as raparigas a arranjar-se. Nós com os banhos e cremes, as maquilhagens, os vários tons de top (agora eles já distinguem as diferentes tonalidades de cada cor) para combinar com os vários tons de calças, os sapatos certos, os brincos, os fios, as pulseiras, o cabelo, etc. demoramos menos tempo do que eles a tomar banho e a separar os picos de cabelo (já é difícil distinguir o que é cabelo e o que é gel) ou mesmo a pentear milhentas vezes aquela irritante franja que nunca vai sair dos olhos dele (com sorte apanha uma conjuntivite!). Pior ainda, são capazes de criticar o facto do cinto dela não ter o tom próprio para conjugar com os sapatos ou com a fita do cabelo! Gajo que é gajo só nota se ela traz um decote decente ou se a saia é curta! Padrões, cores ou conjugação de tons é para uma parte obscura do cérebro que eles não desenvolveram! Qualquer dia um marido volta-se para a mulher e diz: "Onde é que você julga que vai com essa camisa horrorosa? Isso é tão "démodé"! Faça favor de se ir vestir como deve ser e calçar aqueles sapatos cor de champanhe!" Não quero este cenário dantesco para mim! (Além do mais, não gosto nada que usem "você" nas conversas entre pessoas íntimas! Que falta de carinho e proximidade!)
É triste ver uma miúda à espera de um rapaz (à porta do prédio dele) porque ele está uma hora atrasado! É triste porque gajo que se preze TEM que sofrer para conseguir uma gaja que lhe dê acesso ao interior de uma discoteca e não o contrário! Agora já não são eles que dão boleia (a gasolina está pela hora da morte) e há mais miúdas com carro e carta. Na discoteca até já se cravam miúdas para pagar "shots"! Ora o dever cívico do gajo é, no mínimo, pagar as bebidas à gaja que se disponibilizou a acompanhá-lo e NUNCA cravá-la! Que é feito das boas "gajo-maneiras"?!
E as compras? Longe vão os tempos dos nossos pais em que selar qualquer buraco na parede era mais interessante do que ir com as mães descobrir a nova colecção Outono/Inverno. Não, eles agora querem ir e, se for preciso, regateiam o preço, vasculham bem e lá encontram o que procuravam a metade do preço da outra loja no outro lado da cidade! Já não se vêem homens com ar pesado de sofrimento (a carregar inúmeras peças de roupa feminina) enquanto arrastam os pés atrás das respectivas namoradas (sim, porque depois de casados já ninguém os apanhava a fazer uma figura daquelas!). Agora desfilam, visitam todas as prateleiras da loja e até compram roupa na secção feminina! Sabem cozinhar (o que até é muito bem), mas embaraçam qualquer miúda que só saiba fazer um ovo estrelado.. vistas bem as coisas, agora dá para conquistar uma gaja pelo estômago!
Apelo: Gajos revoltem-se!! Qualquer dia o herói nacional é o/a José Castelo Branco! Se gostam mesmo de nós, gajas, livrem-nos desta enfermidade!!
Os rapazes de agora conseguem demorar mais tempo do que as raparigas a arranjar-se. Nós com os banhos e cremes, as maquilhagens, os vários tons de top (agora eles já distinguem as diferentes tonalidades de cada cor) para combinar com os vários tons de calças, os sapatos certos, os brincos, os fios, as pulseiras, o cabelo, etc. demoramos menos tempo do que eles a tomar banho e a separar os picos de cabelo (já é difícil distinguir o que é cabelo e o que é gel) ou mesmo a pentear milhentas vezes aquela irritante franja que nunca vai sair dos olhos dele (com sorte apanha uma conjuntivite!). Pior ainda, são capazes de criticar o facto do cinto dela não ter o tom próprio para conjugar com os sapatos ou com a fita do cabelo! Gajo que é gajo só nota se ela traz um decote decente ou se a saia é curta! Padrões, cores ou conjugação de tons é para uma parte obscura do cérebro que eles não desenvolveram! Qualquer dia um marido volta-se para a mulher e diz: "Onde é que você julga que vai com essa camisa horrorosa? Isso é tão "démodé"! Faça favor de se ir vestir como deve ser e calçar aqueles sapatos cor de champanhe!" Não quero este cenário dantesco para mim! (Além do mais, não gosto nada que usem "você" nas conversas entre pessoas íntimas! Que falta de carinho e proximidade!)
É triste ver uma miúda à espera de um rapaz (à porta do prédio dele) porque ele está uma hora atrasado! É triste porque gajo que se preze TEM que sofrer para conseguir uma gaja que lhe dê acesso ao interior de uma discoteca e não o contrário! Agora já não são eles que dão boleia (a gasolina está pela hora da morte) e há mais miúdas com carro e carta. Na discoteca até já se cravam miúdas para pagar "shots"! Ora o dever cívico do gajo é, no mínimo, pagar as bebidas à gaja que se disponibilizou a acompanhá-lo e NUNCA cravá-la! Que é feito das boas "gajo-maneiras"?!
E as compras? Longe vão os tempos dos nossos pais em que selar qualquer buraco na parede era mais interessante do que ir com as mães descobrir a nova colecção Outono/Inverno. Não, eles agora querem ir e, se for preciso, regateiam o preço, vasculham bem e lá encontram o que procuravam a metade do preço da outra loja no outro lado da cidade! Já não se vêem homens com ar pesado de sofrimento (a carregar inúmeras peças de roupa feminina) enquanto arrastam os pés atrás das respectivas namoradas (sim, porque depois de casados já ninguém os apanhava a fazer uma figura daquelas!). Agora desfilam, visitam todas as prateleiras da loja e até compram roupa na secção feminina! Sabem cozinhar (o que até é muito bem), mas embaraçam qualquer miúda que só saiba fazer um ovo estrelado.. vistas bem as coisas, agora dá para conquistar uma gaja pelo estômago!
Apelo: Gajos revoltem-se!! Qualquer dia o herói nacional é o/a José Castelo Branco! Se gostam mesmo de nós, gajas, livrem-nos desta enfermidade!!
terça-feira, outubro 12, 2004
Proibido é mais apetecido?
Será que o fruto proibido é realmente o mais apetecido?
Sem generalizar a paixões utópicas, vamos descer ao quotidiano. Uma moça (podia ser um moço!) anda uns tantos anos miseráveis à procura de alguém que lhe ligue, alguém que a descubra atrás dos 4 olhos, do sorriso tridente e da figura franzina escondida atrás da juba de leão. O que acontece quando a rapariga consegue um namorado? Aparece de repente (e sem aviso prévio) um monte de rapazes a reclamar o mesmo bocado! (Ou seja, descobriram agora que estão todos perdidamente apaixonados!) Mas como é possível que se lembrem todos, ao mesmo tempo, assim que a rapariga fica ocupada? Coincidência? Péssimo timing? Ou a rapariga fica com um letreiro na testa a dizer "Mais apetecível quando acompanhada"? Parece que, pelo facto de se ter tornado proibida, se torna rapidamente apetecida! (Proibida por um dos mandamentos: "não cobiçar a mulher alheia!" - as lésbicas que se cuidem!).
Outra variante desta implicação é o grupo de ceguetas (não sabem o que têm) com a agravante de não saber o que querem, ou seja, os que juntam a fome à vontade de comer! Este pessoal consegue ter outra versão bem original: só lhes interessa quem não podem ter, especialmente se já tiveram essa pessoa! Além de não terem aproveitado (sempre a pensar que não era aquilo que queriam), deitaram fora alguém que, pelos vistos, até lhes faz falta! Conseguem confundir mais a outra pessoa do que a elas próprias (o que, desde logo, é brilhante!). Esta situação custa-me imenso a entender, mas ultimamente apercebi-me de uma explicação que me pareceu bastante plausível. A primeira que me veio à cabeça foi: "quando te falta é que percebes a dimensão do sentimento", uma visão romanceada mas com fundo de verdade. Só percebemos o que tivemos quando deixamos fugir, quando deixa de estar ali à nossa disposição, quando não podemos abraçar nem ser abraçados quando nos dá na telha. Ontem apercebi-me de outra explicação mais simples: é que, provavelmente, essa pessoa ainda não encontrou nada/ninguém melhor e resolveu voltar ao que tinha a certeza que era bom! Até aparecer melhor, está atrás de alguém que já sabe que vale a pena. Desde que a pessoa deixou de ser "sua", está cada vez mais apetecível (pelo menos, até a ter de novo, depois logo se vê!).
Nestas situações é muito difícil recomeçar.. a outra pessoa sente-se enganada e tem as defesas todas em riste! (Gato escaldado de água fria tem medo!) Já para não falar que só apetece gritar: "Epá, tu decide-te: ou queres ou não queres!".
Era bom que fosse tão fácil saber o que queremos e porquê.. Já agora, querer algo bem apetecível que não seja proibido nem esteja fora de alcance!
"..Estou bem onde não estou porque só quero ir onde não vou.." (António Variações)
(Este é dedicado ao meu último ex: estavas cheio de sorte.. too bad, too late!)
Sem generalizar a paixões utópicas, vamos descer ao quotidiano. Uma moça (podia ser um moço!) anda uns tantos anos miseráveis à procura de alguém que lhe ligue, alguém que a descubra atrás dos 4 olhos, do sorriso tridente e da figura franzina escondida atrás da juba de leão. O que acontece quando a rapariga consegue um namorado? Aparece de repente (e sem aviso prévio) um monte de rapazes a reclamar o mesmo bocado! (Ou seja, descobriram agora que estão todos perdidamente apaixonados!) Mas como é possível que se lembrem todos, ao mesmo tempo, assim que a rapariga fica ocupada? Coincidência? Péssimo timing? Ou a rapariga fica com um letreiro na testa a dizer "Mais apetecível quando acompanhada"? Parece que, pelo facto de se ter tornado proibida, se torna rapidamente apetecida! (Proibida por um dos mandamentos: "não cobiçar a mulher alheia!" - as lésbicas que se cuidem!).
Outra variante desta implicação é o grupo de ceguetas (não sabem o que têm) com a agravante de não saber o que querem, ou seja, os que juntam a fome à vontade de comer! Este pessoal consegue ter outra versão bem original: só lhes interessa quem não podem ter, especialmente se já tiveram essa pessoa! Além de não terem aproveitado (sempre a pensar que não era aquilo que queriam), deitaram fora alguém que, pelos vistos, até lhes faz falta! Conseguem confundir mais a outra pessoa do que a elas próprias (o que, desde logo, é brilhante!). Esta situação custa-me imenso a entender, mas ultimamente apercebi-me de uma explicação que me pareceu bastante plausível. A primeira que me veio à cabeça foi: "quando te falta é que percebes a dimensão do sentimento", uma visão romanceada mas com fundo de verdade. Só percebemos o que tivemos quando deixamos fugir, quando deixa de estar ali à nossa disposição, quando não podemos abraçar nem ser abraçados quando nos dá na telha. Ontem apercebi-me de outra explicação mais simples: é que, provavelmente, essa pessoa ainda não encontrou nada/ninguém melhor e resolveu voltar ao que tinha a certeza que era bom! Até aparecer melhor, está atrás de alguém que já sabe que vale a pena. Desde que a pessoa deixou de ser "sua", está cada vez mais apetecível (pelo menos, até a ter de novo, depois logo se vê!).
Nestas situações é muito difícil recomeçar.. a outra pessoa sente-se enganada e tem as defesas todas em riste! (Gato escaldado de água fria tem medo!) Já para não falar que só apetece gritar: "Epá, tu decide-te: ou queres ou não queres!".
Era bom que fosse tão fácil saber o que queremos e porquê.. Já agora, querer algo bem apetecível que não seja proibido nem esteja fora de alcance!
"..Estou bem onde não estou porque só quero ir onde não vou.." (António Variações)
(Este é dedicado ao meu último ex: estavas cheio de sorte.. too bad, too late!)
quarta-feira, outubro 06, 2004
Não negue à partida uma vida que desconhece
Não compreendo muito bem porque é que existem pessoas que insistem em querer saber o que o futuro lhes reserva. Isso fá-los mais felizes? É que se sim, como?! Se eu souber que daqui a 3 meses algo de muito bom me vai acontecer, como é que reajo? Provavelmente fico ansiosa demais para ver o que me espera e esqueço-me de viver o presente.
Então e se eu souber que daqui a 3 meses vai acontecer algo de muito mau? Deixo de comprar aquela casa com que ando a sonhar porque, se calhar, fico sem ela? Ou deixo de arriscar num compromisso porque ele pode acabar?! Qualquer tipo de risco que esteja a pensar correr é completamente posto de lado? Acho que passo a viver em função do que me pode acontecer, na expectativa e ansiedade do que pode condicionar o quê! Tentar adivinhar o meu futuro não serve mesmo para nada, tirando criar mais confusão e dúvidas que já de si são difíceis no dia-a-dia. Mas pronto, como em tudo, há sempre gente que gosta de ser complicada! (E ainda pior, pagar bem caro pelas consultas de búzios, cartas ou mesmo pelos telefonemas dos adivinhos e pseudo-bruxos).
A vida tem tantas coisas bonitas e tantas SURPRESAS para serem vividas AGORA! É aí que está a magia de viver! Alguém que tropeça e ri sozinho, alguém a cantar alto sem dar por isso, um puto com um sorriso genuíno, desenhos animados que nos fazem sentir ternurentos e com vontade de abraçar alguém, noites lindas de chuva, amigos que não vemos há algum tempo, rir sem saber de quê.. Não sabemos o que vai acontecer, mas levamos a vida dependendo dos nossos sentimentos e do que achamos correcto no momento, não em função do que alguém nos disse que podia acontecer. Viver um dia de cada vez, aproveitar cada surpresa boa que parece cair do céu directamente no nosso colo e sentirmo-nos felizes por ainda ter daqueles dias que, por nenhuma razão aparente, nos sentimos felizes e andamos na rua sem conseguir disfarçar um sorriso rasgado na cara. Melhor ainda, os sorrisos são contagiosos! Que melhor resposta para um sorriso senão outro sorriso?
Às vezes também levamos duros golpes, mas faz tudo parte da vida, afinal, sempre aprendemos a evitar certos tipos de erros e a sobreviver a mais um dia (como dizem no Zoo: aquilo lá fora é uma selva!!).
Aproveitem a vida! Apaixonem-se por cada minuto que vos é entregue.. como disse alguém: "Porque é que nos havemos de preocupar tanto com a vida se nem saímos dela vivos?". Desfrutem, é a vossa! É para ser vivida como vocês querem e, de preferência, dêem-lhe todos os dias um pouco de cor: uma bela pincelada de azul celeste! ;)
Então e se eu souber que daqui a 3 meses vai acontecer algo de muito mau? Deixo de comprar aquela casa com que ando a sonhar porque, se calhar, fico sem ela? Ou deixo de arriscar num compromisso porque ele pode acabar?! Qualquer tipo de risco que esteja a pensar correr é completamente posto de lado? Acho que passo a viver em função do que me pode acontecer, na expectativa e ansiedade do que pode condicionar o quê! Tentar adivinhar o meu futuro não serve mesmo para nada, tirando criar mais confusão e dúvidas que já de si são difíceis no dia-a-dia. Mas pronto, como em tudo, há sempre gente que gosta de ser complicada! (E ainda pior, pagar bem caro pelas consultas de búzios, cartas ou mesmo pelos telefonemas dos adivinhos e pseudo-bruxos).
A vida tem tantas coisas bonitas e tantas SURPRESAS para serem vividas AGORA! É aí que está a magia de viver! Alguém que tropeça e ri sozinho, alguém a cantar alto sem dar por isso, um puto com um sorriso genuíno, desenhos animados que nos fazem sentir ternurentos e com vontade de abraçar alguém, noites lindas de chuva, amigos que não vemos há algum tempo, rir sem saber de quê.. Não sabemos o que vai acontecer, mas levamos a vida dependendo dos nossos sentimentos e do que achamos correcto no momento, não em função do que alguém nos disse que podia acontecer. Viver um dia de cada vez, aproveitar cada surpresa boa que parece cair do céu directamente no nosso colo e sentirmo-nos felizes por ainda ter daqueles dias que, por nenhuma razão aparente, nos sentimos felizes e andamos na rua sem conseguir disfarçar um sorriso rasgado na cara. Melhor ainda, os sorrisos são contagiosos! Que melhor resposta para um sorriso senão outro sorriso?
Às vezes também levamos duros golpes, mas faz tudo parte da vida, afinal, sempre aprendemos a evitar certos tipos de erros e a sobreviver a mais um dia (como dizem no Zoo: aquilo lá fora é uma selva!!).
Aproveitem a vida! Apaixonem-se por cada minuto que vos é entregue.. como disse alguém: "Porque é que nos havemos de preocupar tanto com a vida se nem saímos dela vivos?". Desfrutem, é a vossa! É para ser vivida como vocês querem e, de preferência, dêem-lhe todos os dias um pouco de cor: uma bela pincelada de azul celeste! ;)
domingo, outubro 03, 2004
Sempre que brilha o sol..
..naquela praia, sinto o teu corpo a vibrar dentro de mim..". Sim, atrevi-me a transcrever a conhecida música do Marco Paulo (se não conhece esta obra prima da música pimba portuguesa, é favor chicotear-se 10x). Isto começou bem mal, é melhor nem ler para a frente!
Descrição de um dia de portugueses (não todos!) de férias na praia.
O magote familiar chega por volta do meio dia (convém passar férias com toda a gente que se vê ao longo do ano: os primos, os tios, os afilhados.. menos de 50 pessoas encafuadas no mesmo apartamento ou tenda não são dignas do calor familiar!). Chegam à hora que deviam estar a ir embora mesmo que tenham putos pequenos ou bébés que vão berrar o resto do dia porque estão demasiado encalorados e saturados com a atmosfera sufocante (como eu os compreendo!). Vêm carregados com a casa toda às costas e só não trazem TV porque não têm nenhuma a pilhas ou um gerador portátil. Mas trazem os rádios aos berros a dar relatos de futebol ou nalguma estação completamente desconhecida, as 300 formas diferentes de boias da Barbie e do Action Man, os brinquedos, os sofás, as cadeiras, os 1001 guarda-sóis com os cachecóis da selecção, os 500 pára-ventos, as toalhas, os primos dos primos, as pranchas das crianças, várias geleiras (pelo menos 2 para as cervejolas!), etc! Só se esquecem mesmo do botão do volume! Qualquer pessoa que esteja a torrar na praia, a sorrir com a falta de trabalho, deve imediatamente mudar de sítio assim que aquela manada se aproxima. É que mesmo que a praia esteja completamente deserta, eles vão escolher exactamente o mesmo sítio onde nós estamos!! Quando dermos por ela, temos as chinelas deles ao nosso lado esquerdo, o cão a escavar e a enterrar-nos os pés, os putos a brincar em cima da nossa toalha e já temos a cara enfiada no rabo de alguma baleia!!
A comida é sempre leve, muita fruta e água. Claro está, como bom português que se preze, nada abaixo de feijoada é considerado comida (sandocha é pós camones!), água é para quem está doente, só queremos refrigerantes e cervejas. Quanto à fruta.. bem, talvez as mães tenham confundido o conceito com bolos ou pacotes de batatas fritas.
As crianças, super indisciplinadas e barulhentas vão estar o tempo todo a jogar com um disco que vai cair sistematicamente em cima de nós. Não pedem desculpa e ainda acham uma falta de respeito que não lhes entreguemos de volta o objecto que nos ia provocando uma lobotomia. Dentro de água gritam muito, riem muito e não saem da beira mar para melhorar o efeito do eco. Se vão com pranchas, não há desvios por causa de ninguém! Quem quiser que se afaste, afinal, eles é que vêm com a prancha, nós estamos só a tentar tomar banho! Depois de um zig zag fenomenal e muitos pedidos de desculpas por pisadelas e afins, lá voltamos à nossa toalha perdida naquele labirinto multicolor.
Fim da tarde, hora bestial para se estar na praia a ver o pôr-do-sol, as gaivotas e a luz do dia a fraquejar.. e a lixeira que ficou para trás no local onde esteve o acampamento de trogloditas! As praias são locais públicos, portanto, pede-se um mínimo de respeito pelo resto das pessoas que estão a partilhar o mesmo espaço que nós.
Descrição de um dia de portugueses (não todos!) de férias na praia.
O magote familiar chega por volta do meio dia (convém passar férias com toda a gente que se vê ao longo do ano: os primos, os tios, os afilhados.. menos de 50 pessoas encafuadas no mesmo apartamento ou tenda não são dignas do calor familiar!). Chegam à hora que deviam estar a ir embora mesmo que tenham putos pequenos ou bébés que vão berrar o resto do dia porque estão demasiado encalorados e saturados com a atmosfera sufocante (como eu os compreendo!). Vêm carregados com a casa toda às costas e só não trazem TV porque não têm nenhuma a pilhas ou um gerador portátil. Mas trazem os rádios aos berros a dar relatos de futebol ou nalguma estação completamente desconhecida, as 300 formas diferentes de boias da Barbie e do Action Man, os brinquedos, os sofás, as cadeiras, os 1001 guarda-sóis com os cachecóis da selecção, os 500 pára-ventos, as toalhas, os primos dos primos, as pranchas das crianças, várias geleiras (pelo menos 2 para as cervejolas!), etc! Só se esquecem mesmo do botão do volume! Qualquer pessoa que esteja a torrar na praia, a sorrir com a falta de trabalho, deve imediatamente mudar de sítio assim que aquela manada se aproxima. É que mesmo que a praia esteja completamente deserta, eles vão escolher exactamente o mesmo sítio onde nós estamos!! Quando dermos por ela, temos as chinelas deles ao nosso lado esquerdo, o cão a escavar e a enterrar-nos os pés, os putos a brincar em cima da nossa toalha e já temos a cara enfiada no rabo de alguma baleia!!
A comida é sempre leve, muita fruta e água. Claro está, como bom português que se preze, nada abaixo de feijoada é considerado comida (sandocha é pós camones!), água é para quem está doente, só queremos refrigerantes e cervejas. Quanto à fruta.. bem, talvez as mães tenham confundido o conceito com bolos ou pacotes de batatas fritas.
As crianças, super indisciplinadas e barulhentas vão estar o tempo todo a jogar com um disco que vai cair sistematicamente em cima de nós. Não pedem desculpa e ainda acham uma falta de respeito que não lhes entreguemos de volta o objecto que nos ia provocando uma lobotomia. Dentro de água gritam muito, riem muito e não saem da beira mar para melhorar o efeito do eco. Se vão com pranchas, não há desvios por causa de ninguém! Quem quiser que se afaste, afinal, eles é que vêm com a prancha, nós estamos só a tentar tomar banho! Depois de um zig zag fenomenal e muitos pedidos de desculpas por pisadelas e afins, lá voltamos à nossa toalha perdida naquele labirinto multicolor.
Fim da tarde, hora bestial para se estar na praia a ver o pôr-do-sol, as gaivotas e a luz do dia a fraquejar.. e a lixeira que ficou para trás no local onde esteve o acampamento de trogloditas! As praias são locais públicos, portanto, pede-se um mínimo de respeito pelo resto das pessoas que estão a partilhar o mesmo espaço que nós.
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