..naquela praia, sinto o teu corpo a vibrar dentro de mim..". Sim, atrevi-me a transcrever a conhecida música do Marco Paulo (se não conhece esta obra prima da música pimba portuguesa, é favor chicotear-se 10x). Isto começou bem mal, é melhor nem ler para a frente!
Descrição de um dia de portugueses (não todos!) de férias na praia.
O magote familiar chega por volta do meio dia (convém passar férias com toda a gente que se vê ao longo do ano: os primos, os tios, os afilhados.. menos de 50 pessoas encafuadas no mesmo apartamento ou tenda não são dignas do calor familiar!). Chegam à hora que deviam estar a ir embora mesmo que tenham putos pequenos ou bébés que vão berrar o resto do dia porque estão demasiado encalorados e saturados com a atmosfera sufocante (como eu os compreendo!). Vêm carregados com a casa toda às costas e só não trazem TV porque não têm nenhuma a pilhas ou um gerador portátil. Mas trazem os rádios aos berros a dar relatos de futebol ou nalguma estação completamente desconhecida, as 300 formas diferentes de boias da Barbie e do Action Man, os brinquedos, os sofás, as cadeiras, os 1001 guarda-sóis com os cachecóis da selecção, os 500 pára-ventos, as toalhas, os primos dos primos, as pranchas das crianças, várias geleiras (pelo menos 2 para as cervejolas!), etc! Só se esquecem mesmo do botão do volume! Qualquer pessoa que esteja a torrar na praia, a sorrir com a falta de trabalho, deve imediatamente mudar de sítio assim que aquela manada se aproxima. É que mesmo que a praia esteja completamente deserta, eles vão escolher exactamente o mesmo sítio onde nós estamos!! Quando dermos por ela, temos as chinelas deles ao nosso lado esquerdo, o cão a escavar e a enterrar-nos os pés, os putos a brincar em cima da nossa toalha e já temos a cara enfiada no rabo de alguma baleia!!
A comida é sempre leve, muita fruta e água. Claro está, como bom português que se preze, nada abaixo de feijoada é considerado comida (sandocha é pós camones!), água é para quem está doente, só queremos refrigerantes e cervejas. Quanto à fruta.. bem, talvez as mães tenham confundido o conceito com bolos ou pacotes de batatas fritas.
As crianças, super indisciplinadas e barulhentas vão estar o tempo todo a jogar com um disco que vai cair sistematicamente em cima de nós. Não pedem desculpa e ainda acham uma falta de respeito que não lhes entreguemos de volta o objecto que nos ia provocando uma lobotomia. Dentro de água gritam muito, riem muito e não saem da beira mar para melhorar o efeito do eco. Se vão com pranchas, não há desvios por causa de ninguém! Quem quiser que se afaste, afinal, eles é que vêm com a prancha, nós estamos só a tentar tomar banho! Depois de um zig zag fenomenal e muitos pedidos de desculpas por pisadelas e afins, lá voltamos à nossa toalha perdida naquele labirinto multicolor.
Fim da tarde, hora bestial para se estar na praia a ver o pôr-do-sol, as gaivotas e a luz do dia a fraquejar.. e a lixeira que ficou para trás no local onde esteve o acampamento de trogloditas! As praias são locais públicos, portanto, pede-se um mínimo de respeito pelo resto das pessoas que estão a partilhar o mesmo espaço que nós.
Realmente as pessoas ainda tem bastante a melhorar no que diz respeito a praias e como tratar delas. De qualquer modo como tu vais poucas vezes à praia não há problema. RACC hAHAHAHAHAAH! Tou a brincar. É bom saber que ainda há gente que se preocupa com a praia e não gosta de levar com entulho em cima! bjs!
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