Será que, cada vez que alguém sonha connosco, nós deveríamos ter direito a ter o mesmo sonho? Afinal, temos a reclamar os direitos de imagem, no mínimo!! É claro que esta dúvida me assaltou quando um amigo meu (que, por sinal, tem mais que tudo no sítio) me disse que tinha sonhado comigo e que tinha sido uma festança do caraças!! A primeira coisa que me passou pela cabeça foi: e eu, pá?! Não tenho direito a, sequer, um infinitésimo do regabofe/festança/prazer que "proporcionei" (por assim dizer)? É extremamente injusto! Com sorte, estava a sonhar com uma parvoíce qualquer (como ter um tio mafioso que eu ando a perseguir com a ajuda do MacGyver), quando podia estar a ter uma noite do caraças! E mais, além do prazer ser parecido (nos sonhos não sabemos que estamos a dormir e vibramos com as emoções de igual modo - ok, eu sou assim), podia acordar cansada (ou não) mas feliz! E nem sequer havia resquícios de uma possível gravidez. Não é a relação (à distância) ideal quando não queremos ter nenhuma relação?!
Estava quase a proferir as palavras mágicas: "Desejo ter o mesmo sonho que um rapaz que sonhe comigo" quando me lembrei que eu me estava a referir mesmo sonhos e não a pesadelos! Lembrei-me do que sucederia se um gajo qualquer asqueroso sonhasse comigo.. Asqueroso no sentido em que eu não o queria nem banhado em ouro e incrustado em diamantes, e não no sentido físico até porque isso não diz nada da sua eventual performance! A que tipo de atrocidades poderia ele sujeitar-me e eu a ter que sonhar com tudo?! Ia acordar a chorar por um psiquiatra? Por uns bons soporíferos para dormir que nem uma pedra e não me lembrar do que sonhei?
Ora bem, preciso de reformular a minha ideia! Acho que tenho o direito de ter o mesmo sonho de alguém que sonha comigo, mas apenas quando o sonho é bom para ambas as partes! Ou seja, visto da perspectiva dos dois intervenientes é um SONHO! A ligação podia ser feita por algum elo telepático que activasse o nosso cérebro para ter a mesma imagem que o outro tem. Ou como nos desenhos animados em que temos uns seres (curiosamente, na maior parte, têm cabelo azul) que estão equipados com uns computadores espectaculares e algum tipo de emissor, onde escolhem os nossos sonhos e nos transmitem de noite. Assim, era só receber o mesmo sonho que a outra pessoa recebesse e a coisa simplificava-se. Se duas pessoas sonharem ao mesmo tempo connosco, acho que temos tempo (uma noite é algo como 7 horas e os sonhos costumam durar, no máximo, 20 minutos) para os ver em sequência.
Se calhar andávamos por aí podres de cansaço.. mas, seguramente, com um sorriso à Manuela Moura Guedes! Talvez não pudéssemos evitar um olhar lascivo à outra pessoa.. (é claro que nunca correríamos o risco de saber quem sonhou com o quê pois ficava a dúvida no ar: será que para ele/a também foi um sonho?). No caso de alguém começar com a conversa assim: "epá, nem sabes com o que eu sonhei no outro dia..", bastava uma troca de olhares para sabermos que tínhamos ali uma certa correspondência..! Era giro! Será que o Pai Natal aceita deste tipo de pedidos não disponíveis nos hipermercados?
quinta-feira, novembro 25, 2004
sexta-feira, novembro 19, 2004
Bem, pior não pode ser! (Será?)
Vinha a chegar a casa e, por acaso, numa zona mais elevada da estrada, consegui ver a "minha" aldeia lá em baixo, completamente envolta numa nuvem. É que conseguia ver os contornos da nuvem e tudo! (Não, não moro em Vale Cabra nem no sinal direito da nádega esquerda de Judas) Assim que entrei na dita nuvem, ficou tudo pálido de nevoeiro. Só muito depois de estar em casa é que os raios de sol começaram a tentar furar.. Fiquei a pensar: se não tivesse que pôr gasóleo, não tinha ido por aquele caminho para casa e tinha perdido aquela vista espectacular. Quantas vezes é que nos acontecem uma data de coisas que parecem estar a convergir para um acaso feliz? Lá diz o povo que "Deus escreve direito por linhas tortas" (suponho que Gaudi se baseou nisto para as suas construções).
Às vezes estamos chateados porque acabámos de rasgar a camisola que ficou presa naquela janela aberta para a rua, onde tínhamos acabado de bater de frente e de pôr em causa a posição natural do nariz, assim que virámos a esquina. Ou porque o nosso carro está no parque de estacionamento entre 2 carros e todos eles trancados com mais 2 por trás e 2 pela frente e o raio da reunião começa daí a 5 minutos! Rogamos aos céus (porque o telemóvel acabou de ficar sem bateria) por um reboque quando na verdade precisávamos era de uma grua que, de preferência, só nos largasse no edifício onde já decorre a reunião. Ou mesmo quando estamos na estrada (com pressa, claro! Nada disto acontece quando saímos com tempo), a uns 500m da saída e todos contentes porque é desta que chegamos a horas ao veterinário! De repente, o carro que vai lá à frente bate no camião do lado e assusta os condutores da outra via que, por sua vez, também batem. Ora aí está: tudo encar*lhado sem a mínima chance de passar por onde quer que seja! Lembramo-nos da navezinha do "George Jetson" e desejamos arrumar o carro numa mala de mão e ir a correr até à saida.. que é logo ali!! Mas não.. estamos todos à espera da polícia porque ninguém se quer dar como culpado, nem tiram os carros da estrada que é para o sr. polícia efectuar as medições necessárias. E nós porra?? Nós não batemos nem provocámos nenhum acidente extra! Nós pagamos os mesmos impostos (talvez mais!). Nós não queremos saber!.. Nós só sabemos que o cão está a babar o carro todo (incluindo os elevadores do vidro que já escorrem), a morder os cintos de segurança e a ficar extremamente inquieto por estar parado há tanto tempo! O carro está cheio de pêlo nos estofos e no ar e a nossa paciência há muito que se esfumou. Será que há razão para não ligarmos o carro e acelerar a fundo contra o carro da frente? Com sorte, dá para ir desviando os carros até chegarmos à saída?..
Será que realmente estas coisas todas convergem numa boa notícia? Tipo.. encontramos uma camisola infinitamente melhor e a metade do preço na loja mesmo ao lado? Aparece um dos rapazes mais bonitos que já vimos na nossa vida, diz que é médico e endireita-nos o nariz, além de nos convidar para ir jantar fora? Ou aparece um gajo lindo de morrer que é o dono do carro ao lado do nosso (por conseguinte, também está trancado), telefona para o reboque/grua e ficamos com alguém interessante para conversar? Descobrimos que ele até vai para a mesma reunião e já avisou para não começarem sem ele! Será que o nosso cão se farta e adormece no banco de trás, enquanto descobrimos que um cano rebentou e a clínica veterinária parece o repuxo de Miranda do Douro? Com a agravante de termos cães e gatos à luta, no meio da água, os donos completamente encharcados à procura da sua mascote e alguns feridos ligeiros que levaram com o que quer que o jacto de água tenha arrancado.
Quero acreditar que sim.. quero lá saber se o Neo gosta de controlar o destino dele! Eu, definitivamente, não controlo o meu mas quero acreditar que tudo o que eu passo de mau é para ter direito a uma recompensa! "Como te portaste tão bem naquela má situação, tens direito a uma tablete chocolate de leite, daquelas da Nestlé!".. e aí vou eu, feliz da vida, à espera da próxima catástrofe e de espada em riste: "Ela que venha!!" (Ou não, ou não..)
Às vezes estamos chateados porque acabámos de rasgar a camisola que ficou presa naquela janela aberta para a rua, onde tínhamos acabado de bater de frente e de pôr em causa a posição natural do nariz, assim que virámos a esquina. Ou porque o nosso carro está no parque de estacionamento entre 2 carros e todos eles trancados com mais 2 por trás e 2 pela frente e o raio da reunião começa daí a 5 minutos! Rogamos aos céus (porque o telemóvel acabou de ficar sem bateria) por um reboque quando na verdade precisávamos era de uma grua que, de preferência, só nos largasse no edifício onde já decorre a reunião. Ou mesmo quando estamos na estrada (com pressa, claro! Nada disto acontece quando saímos com tempo), a uns 500m da saída e todos contentes porque é desta que chegamos a horas ao veterinário! De repente, o carro que vai lá à frente bate no camião do lado e assusta os condutores da outra via que, por sua vez, também batem. Ora aí está: tudo encar*lhado sem a mínima chance de passar por onde quer que seja! Lembramo-nos da navezinha do "George Jetson" e desejamos arrumar o carro numa mala de mão e ir a correr até à saida.. que é logo ali!! Mas não.. estamos todos à espera da polícia porque ninguém se quer dar como culpado, nem tiram os carros da estrada que é para o sr. polícia efectuar as medições necessárias. E nós porra?? Nós não batemos nem provocámos nenhum acidente extra! Nós pagamos os mesmos impostos (talvez mais!). Nós não queremos saber!.. Nós só sabemos que o cão está a babar o carro todo (incluindo os elevadores do vidro que já escorrem), a morder os cintos de segurança e a ficar extremamente inquieto por estar parado há tanto tempo! O carro está cheio de pêlo nos estofos e no ar e a nossa paciência há muito que se esfumou. Será que há razão para não ligarmos o carro e acelerar a fundo contra o carro da frente? Com sorte, dá para ir desviando os carros até chegarmos à saída?..
Será que realmente estas coisas todas convergem numa boa notícia? Tipo.. encontramos uma camisola infinitamente melhor e a metade do preço na loja mesmo ao lado? Aparece um dos rapazes mais bonitos que já vimos na nossa vida, diz que é médico e endireita-nos o nariz, além de nos convidar para ir jantar fora? Ou aparece um gajo lindo de morrer que é o dono do carro ao lado do nosso (por conseguinte, também está trancado), telefona para o reboque/grua e ficamos com alguém interessante para conversar? Descobrimos que ele até vai para a mesma reunião e já avisou para não começarem sem ele! Será que o nosso cão se farta e adormece no banco de trás, enquanto descobrimos que um cano rebentou e a clínica veterinária parece o repuxo de Miranda do Douro? Com a agravante de termos cães e gatos à luta, no meio da água, os donos completamente encharcados à procura da sua mascote e alguns feridos ligeiros que levaram com o que quer que o jacto de água tenha arrancado.
Quero acreditar que sim.. quero lá saber se o Neo gosta de controlar o destino dele! Eu, definitivamente, não controlo o meu mas quero acreditar que tudo o que eu passo de mau é para ter direito a uma recompensa! "Como te portaste tão bem naquela má situação, tens direito a uma tablete chocolate de leite, daquelas da Nestlé!".. e aí vou eu, feliz da vida, à espera da próxima catástrofe e de espada em riste: "Ela que venha!!" (Ou não, ou não..)
segunda-feira, novembro 15, 2004
Don't let the sun go down on me
Hoje andei a passear pelo blogger e descobri a página onde tem os blogs que vão sendo actualizados segundo a segundo (sim, por minuto o número de blogs actualizados deve ser maior que o nº de avogadro). Fiquei um pouco surpresa quando vi a quantidade de blogs que são criados diariamente. Há pessoal que fala como se fosse para um confessionário, expiando todos os males que lhes vão na alma e alguns são bem depressivos! Será um desgosto de amor uma epidemia comparável à nossa peste negra?
Ando a bater um pouco na mesma tecla, mas ultimamente é o que me tem passado mais pela cabeça (quando consigo parar um minuto para pensar em qualquer coisa que não seja trabalho). Estava a ouvir um verso de uma música e fiquei a pensar nele: "Why do we love if love will die?".. pois é, porquê? Qual é a piada de darmos todo o nosso ser, espírito, tempo e pensamentos a outra pessoa, se a probabilidade de continuarmos juntos parece diminuir exponencialmente, a cada minuto que passa, após a primeira troca de olhares carregada de segundas intenções? Somos masoquistas? Insistimos vezes sem conta apesar de estarmos fartos de perder combates com um violentíssimo KO?
Para que é que damos tanto de nós a alguém que, assim que encontrar alguém melhor, nos troca e vai passear com o objecto que nos provocou a falta de vontade de viver, bem diante dos nossos narizes? Somos trocados porque os sentimentos mudam.. o problema é que, na maior parte das vezes, não estamos conscientes da chegada dessa mudança. Levamos um murro seco e nem temos direito a responder ou despejar as nossas frustrações. Para quê? O tempo não volta atrás.
Há pessoal que nunca mais confia em ninguém. Será isto resultado da aprendizagem com os nossos erros? É melhor fechar as portas de vez do que nos sentirmos estúpidos por ter voltado a acabar mal? Sermos apanhados duas vezes (ou muitas mais!) no mesmo triste fim é horrível. Achamos que nunca vamos ter direito a sermos felizes, o nosso destino parece rodar, invariavelmente, em torno da infelicidade.
É verdade que aprendo com cada queda que dou. É verdade que cada caso é um caso. É verdade que sofremos tanto que, às vezes, não contemos o rio de lágrimas porque as feridas que nos dilaceram cá dentro doem milhentas vezes mais do que os cortes que conseguimos ver. ("É dor que desatina sem doer", como dizia o famoso Luís). Acho que correr o risco vale todas estas verdades que doem a cada palavra e cada lágrima que corre. Se não nos dermos de corpo e alma, para que serve o amor? Se fecharmos todas as portas, como encontramos a certa? Não há solução única para viver um amor. Não é em vão que se diz "cego de amor". Sei que me apaixono, mas queria saber porquê..
Queria saber o porquê de achar que cada segundo de felicidade vale muito mais que uma semana onde não consigo sequer sorrir. Cada segundo onde um olhar ou uma ternura reconstrói o espírito e apaga cada ferida, uma a uma, com uma destreza inigualável.
(Para os mais distraídos, o número/constante de Avogadro (nº de partículas numa mol) é 6,022x10^23 - sou capaz de ter exagerado "ligeiramente" na comparação, afinal, só estamos a falar de um nº superior a todos os grãos de areia existentes na terra)
Ando a bater um pouco na mesma tecla, mas ultimamente é o que me tem passado mais pela cabeça (quando consigo parar um minuto para pensar em qualquer coisa que não seja trabalho). Estava a ouvir um verso de uma música e fiquei a pensar nele: "Why do we love if love will die?".. pois é, porquê? Qual é a piada de darmos todo o nosso ser, espírito, tempo e pensamentos a outra pessoa, se a probabilidade de continuarmos juntos parece diminuir exponencialmente, a cada minuto que passa, após a primeira troca de olhares carregada de segundas intenções? Somos masoquistas? Insistimos vezes sem conta apesar de estarmos fartos de perder combates com um violentíssimo KO?
Para que é que damos tanto de nós a alguém que, assim que encontrar alguém melhor, nos troca e vai passear com o objecto que nos provocou a falta de vontade de viver, bem diante dos nossos narizes? Somos trocados porque os sentimentos mudam.. o problema é que, na maior parte das vezes, não estamos conscientes da chegada dessa mudança. Levamos um murro seco e nem temos direito a responder ou despejar as nossas frustrações. Para quê? O tempo não volta atrás.
Há pessoal que nunca mais confia em ninguém. Será isto resultado da aprendizagem com os nossos erros? É melhor fechar as portas de vez do que nos sentirmos estúpidos por ter voltado a acabar mal? Sermos apanhados duas vezes (ou muitas mais!) no mesmo triste fim é horrível. Achamos que nunca vamos ter direito a sermos felizes, o nosso destino parece rodar, invariavelmente, em torno da infelicidade.
É verdade que aprendo com cada queda que dou. É verdade que cada caso é um caso. É verdade que sofremos tanto que, às vezes, não contemos o rio de lágrimas porque as feridas que nos dilaceram cá dentro doem milhentas vezes mais do que os cortes que conseguimos ver. ("É dor que desatina sem doer", como dizia o famoso Luís). Acho que correr o risco vale todas estas verdades que doem a cada palavra e cada lágrima que corre. Se não nos dermos de corpo e alma, para que serve o amor? Se fecharmos todas as portas, como encontramos a certa? Não há solução única para viver um amor. Não é em vão que se diz "cego de amor". Sei que me apaixono, mas queria saber porquê..
Queria saber o porquê de achar que cada segundo de felicidade vale muito mais que uma semana onde não consigo sequer sorrir. Cada segundo onde um olhar ou uma ternura reconstrói o espírito e apaga cada ferida, uma a uma, com uma destreza inigualável.
(Para os mais distraídos, o número/constante de Avogadro (nº de partículas numa mol) é 6,022x10^23 - sou capaz de ter exagerado "ligeiramente" na comparação, afinal, só estamos a falar de um nº superior a todos os grãos de areia existentes na terra)
Jornalismo de "balneário"
Gosto de me sentir multitarefa, sempre que vou para a casa-de-banho levo comigo uma revista, um livro, o jornal, palavras cruzadas.. qualquer coisa que sirva para me entreter! (Espero que a maioria dos alfabetizados deste país façam o mesmo, senão vou começar a sentir-me MUITO estranha com os meus hábitos diários). Mas o que fazer nas casas-de-banho públicas?! É aqui que entra um conceito completamente inovador: Jornalismo de Balneário! O que seriam aqueles minutos desperdiçados a olhar para a disposição dos azulejos se não fossem aquelas bonitas missivas nas portas dos WC?! Digam-me, iam sentir-se bem num WC público se não tivessem nada na porta para vos entreter? Ainda se queixam que a gente nova não escreve e não comunica.. ah pois escreve! E comunica! E melhor ainda, a maior parte tem uma acentuada veia para o design, comédia, prosa e mesmo poesia!
Quem nunca leu Florbela Espanca, Fernando Pessoa ou mesmo a linda "balada da neve" numa porta de casa-de-banho? Já para não dizer que tem notícias actualizadas ao mês em relação às pessoas que por lá passaram, é como um livro de visitantes! "Joana 2003", "Andreia - escola de Vialonga 2002", etc. Os mais suspeitos são aqueles que dizem "Maria e António 2004" onde cada nome está escrito com letra diferente.. deixam a dúvida no ar: será?! Será que aqueles dois estiveram naquele cubículo minúsculo ao mesmo tempo? Será que alguém deu por isso? Também gosto da vertente de interacção, podemos conhecer imensa gente e travar diálogos, tal como num fórum cibernético! Por exemplo: "Amo-te Rui! Ass: Vanessa", R1:"Achas que ele vem cá ler isto?", R2:"Acho!", R3:"Ele é travesti ou só depravado?"
Temos também vários conselhos de bricolage onde podemos aprender, por exemplo, a nunca escrever em baixo nas portas (o reumático acusa) e que usando uma caneta de acetato se torna muito mais fácil do que com uma simples esferográfica! Além dos conselhos sobre sexo (que deixam a revista "Maria" a anos luz em termos de experiência) ou sobre suicídio, camaradagem, etc! Cultura aos molhos gravada naqueles pedaços de madeira, pura interacção, até declarações de amor que deixam uma lágrima ao canto do olho!
Design.. confesso que as flores da época hippy não são os desenhos mais frequentes, as formas fálicas têm o seu auge por cm quadrado naqueles locais. Cada pessoa acrescenta um risco, um ponto, uma estrelinha aqui, um pêlo ali.. Confesso que um dos meus diálogos preferidos foi uma seta a apontar para o dito cujo onde se lia: "comio-o todo", R: "Chupasses!!". Meus amigos, é disto que o povo gosta! Debate, troca de ideias! Já que estamos num local onde não podemos fazer nada mais a não ser satisfazer o nosso corpo, porque não cultivar-nos com estas lindas mensagens e também comunicar, deixar a nossa marca digital para a posteridade! (Quem sabe daqui a muitos anos, nalguma descoberta arqueológica se encontre um pedaço de madeira onde se possa ler: "Miss I 2004". A minha marca para hoje, amanhã e sempre!)
Claro que há sempre aqueles labregos que não nos deixam desfrutar estes momentos tão próximos do nirvana, onde estamos simplesmente a estimular os nossos cérebros. Quebram as nossas lições de anatomia, poesia e relações públicas com um seco: "Isso é para hoje?? Estou mesmo à rasca!!"
Quem nunca leu Florbela Espanca, Fernando Pessoa ou mesmo a linda "balada da neve" numa porta de casa-de-banho? Já para não dizer que tem notícias actualizadas ao mês em relação às pessoas que por lá passaram, é como um livro de visitantes! "Joana 2003", "Andreia - escola de Vialonga 2002", etc. Os mais suspeitos são aqueles que dizem "Maria e António 2004" onde cada nome está escrito com letra diferente.. deixam a dúvida no ar: será?! Será que aqueles dois estiveram naquele cubículo minúsculo ao mesmo tempo? Será que alguém deu por isso? Também gosto da vertente de interacção, podemos conhecer imensa gente e travar diálogos, tal como num fórum cibernético! Por exemplo: "Amo-te Rui! Ass: Vanessa", R1:"Achas que ele vem cá ler isto?", R2:"Acho!", R3:"Ele é travesti ou só depravado?"
Temos também vários conselhos de bricolage onde podemos aprender, por exemplo, a nunca escrever em baixo nas portas (o reumático acusa) e que usando uma caneta de acetato se torna muito mais fácil do que com uma simples esferográfica! Além dos conselhos sobre sexo (que deixam a revista "Maria" a anos luz em termos de experiência) ou sobre suicídio, camaradagem, etc! Cultura aos molhos gravada naqueles pedaços de madeira, pura interacção, até declarações de amor que deixam uma lágrima ao canto do olho!
Design.. confesso que as flores da época hippy não são os desenhos mais frequentes, as formas fálicas têm o seu auge por cm quadrado naqueles locais. Cada pessoa acrescenta um risco, um ponto, uma estrelinha aqui, um pêlo ali.. Confesso que um dos meus diálogos preferidos foi uma seta a apontar para o dito cujo onde se lia: "comio-o todo", R: "Chupasses!!". Meus amigos, é disto que o povo gosta! Debate, troca de ideias! Já que estamos num local onde não podemos fazer nada mais a não ser satisfazer o nosso corpo, porque não cultivar-nos com estas lindas mensagens e também comunicar, deixar a nossa marca digital para a posteridade! (Quem sabe daqui a muitos anos, nalguma descoberta arqueológica se encontre um pedaço de madeira onde se possa ler: "Miss I 2004". A minha marca para hoje, amanhã e sempre!)
Claro que há sempre aqueles labregos que não nos deixam desfrutar estes momentos tão próximos do nirvana, onde estamos simplesmente a estimular os nossos cérebros. Quebram as nossas lições de anatomia, poesia e relações públicas com um seco: "Isso é para hoje?? Estou mesmo à rasca!!"
sábado, novembro 06, 2004
Pontualidade inglesa
Sou, por norma, muito distraída e deixo tudo em lugares que não lembram ao diabo (e muito menos a mim!). Normalmente, é mais fácil encontrar alguma coisa quando desisto de procurar.
No entanto, gosto imenso de observar as outras pessoas com atenção. Claro está, tem que ser num dia em que não ande com a cabeça nas nuvens e esteja realmente atenta ao que se passa à minha volta.
A melhor altura para fazer isto é, definitivamente, quando estamos à espera de alguém. Eu sou daquele grupo de pessoas (em vias de extinção) que efectivamente chega a horas quando se marca alguma coisa. É incrível porque já sei que vou apanhar uma seca fenomenal, mas não consigo evitar. Não gosto de fazer ninguém esperar. Nessas belas alturas disponho de, pelo menos, 10 min (muito optimista) sem fazer nada e divirto-me a observar o resto do pessoal.
Reparo num casalito sentado na esplanada. Acaba por ser extremamente fácil perceber se a relação tem pernas para andar ou não. Se os dois não tiram os olhos um do outro, estão sentados frente a frente, pés entrelaçados debaixo da mesa e qualquer um dos dois com atenção ao que o outro diz, então nesta relação apostava. Se estão os dois lado-a-lado ou frente a frente sem olhar um para o outro, um fala e o outro vai olhando à volta (está a ouvir o outro falar mas não sabe o que ele está a dizer) e pés apontados em direcções completamente distintas, então nesta relação não apostava.
Pessoas com ar sonhador a rir sozinhas.. gosto imenso de as observar porque também me fazem rir. Aliás, eu passo a vida a fazer a mesma figura no meio da rua. Ainda ontem um sr de uns 60 anos estava a passar por mim super sorridente, não pude evitar e ri-me também.
Reparo também nas asneiras que os miúdos estão a fazer e contabilizo o tempo que os respectivos pais demoram a perceber. Vejo o gelado a escorrer no queixo, a sujar a gola, a camisa, a pingar da cadeira.. e depois os pais, super aflitos, a tentar limpar tudo com aquelas guardanapos de café que não absorvem nada. Os putos que estavam felicíssimos com a cara super lambuzada, esquivam-se ao lenço que os vai arranhar (compreendo!). Outros, vão passando parte da comida para o chão, especialmente quando está um cão por perto. Os pais fingem não reparar. Putos a fazer birras não observo, não gosto. Tenho noção que há dias que os putos estão chatos e não há nada a fazer, mas na maior parte das vezes, os paizinhos ainda me fazem mais impressão, não perco tempo com eles.
Acho piada às gaivotas que vêm ter connosco, bem perto! Incrível como se conseguiram adaptar à nossa presença onde impomos luz à noite, a barulheira infernal dos carros, buzinas e o constante burburinho de muita gente junta.. nós é que não nos adaptámos à Natureza!
Gosto de cheirar a brisa do mar e fugir das ondas quando chegam perto dos meus pés. Se calhar é por isso que gosto da praia no Inverno, naqueles dias em que não chove e até temos direito a uma tarde porreira!
Se calhar é por isso que me deixam à seca e eu teimo em chegar a horas. Para pensar em tudo que não tenho tempo de pensar. Para ser só eu a falar comigo já que não tenho mais ninguém com quem me entreter! Parecendo que não, o tempo passa mais depressa.
No entanto, gosto imenso de observar as outras pessoas com atenção. Claro está, tem que ser num dia em que não ande com a cabeça nas nuvens e esteja realmente atenta ao que se passa à minha volta.
A melhor altura para fazer isto é, definitivamente, quando estamos à espera de alguém. Eu sou daquele grupo de pessoas (em vias de extinção) que efectivamente chega a horas quando se marca alguma coisa. É incrível porque já sei que vou apanhar uma seca fenomenal, mas não consigo evitar. Não gosto de fazer ninguém esperar. Nessas belas alturas disponho de, pelo menos, 10 min (muito optimista) sem fazer nada e divirto-me a observar o resto do pessoal.
Reparo num casalito sentado na esplanada. Acaba por ser extremamente fácil perceber se a relação tem pernas para andar ou não. Se os dois não tiram os olhos um do outro, estão sentados frente a frente, pés entrelaçados debaixo da mesa e qualquer um dos dois com atenção ao que o outro diz, então nesta relação apostava. Se estão os dois lado-a-lado ou frente a frente sem olhar um para o outro, um fala e o outro vai olhando à volta (está a ouvir o outro falar mas não sabe o que ele está a dizer) e pés apontados em direcções completamente distintas, então nesta relação não apostava.
Pessoas com ar sonhador a rir sozinhas.. gosto imenso de as observar porque também me fazem rir. Aliás, eu passo a vida a fazer a mesma figura no meio da rua. Ainda ontem um sr de uns 60 anos estava a passar por mim super sorridente, não pude evitar e ri-me também.
Reparo também nas asneiras que os miúdos estão a fazer e contabilizo o tempo que os respectivos pais demoram a perceber. Vejo o gelado a escorrer no queixo, a sujar a gola, a camisa, a pingar da cadeira.. e depois os pais, super aflitos, a tentar limpar tudo com aquelas guardanapos de café que não absorvem nada. Os putos que estavam felicíssimos com a cara super lambuzada, esquivam-se ao lenço que os vai arranhar (compreendo!). Outros, vão passando parte da comida para o chão, especialmente quando está um cão por perto. Os pais fingem não reparar. Putos a fazer birras não observo, não gosto. Tenho noção que há dias que os putos estão chatos e não há nada a fazer, mas na maior parte das vezes, os paizinhos ainda me fazem mais impressão, não perco tempo com eles.
Acho piada às gaivotas que vêm ter connosco, bem perto! Incrível como se conseguiram adaptar à nossa presença onde impomos luz à noite, a barulheira infernal dos carros, buzinas e o constante burburinho de muita gente junta.. nós é que não nos adaptámos à Natureza!
Gosto de cheirar a brisa do mar e fugir das ondas quando chegam perto dos meus pés. Se calhar é por isso que gosto da praia no Inverno, naqueles dias em que não chove e até temos direito a uma tarde porreira!
Se calhar é por isso que me deixam à seca e eu teimo em chegar a horas. Para pensar em tudo que não tenho tempo de pensar. Para ser só eu a falar comigo já que não tenho mais ninguém com quem me entreter! Parecendo que não, o tempo passa mais depressa.
quarta-feira, novembro 03, 2004
O Pascal tinha uma certa razão!
Será que existe tal coisa como o amor da nossa vida? Aos vintes e tais é claro que não tenho qualquer experiência de vida para me pronunciar sobre o facto, mas gostava de pensar que sim. Quando era pequena, achava que as pessoas que não se casavam deixavam alguém também por casar, já que cada pessoa tinha o seu respectivo parceiro e, se não se encontravam, mais ninguém ia preencher o lugar dele. Esta perspectiva cor-de-rosa está longe da verdade, mas continuo a achar que há realmente um sapato para cada pé! Podem até não ficar juntos ou um deles ter morrido entretanto (sapato roto ou desaparecido), mas acho que há sempre alguém que não vamos esquecer (o sapato cabe na perfeição e nunca dói a andar). Não esquecemos o que podia ter sido ou não esquecemos o facto de sermos uns sortudos por estarmos com uns trémulos 80, em frente à lareira, e ainda sermos capazes de encontrar carinho nos olhos da outra pessoa. (Agora aparece "The End" e o genérico final)
Não tenho razão especial para acreditar nisto a não ser que existem pessoas que ficam eternamente insatisfeitas com o que têm, a pensar no que poderiam ter e outras que deixam tudo para trás, sem hesitações, quando acham que finalmente encontraram o que procuravam. Uma senhora que eu conheço (tem uns 60 anos) disse-me uma vez que o amor da vida dela era um rapaz que ela tinha conhecido aos 20 anos. Eles mal namoraram (ter uma miúda apenas era demasiada restrição para o rapaz) mas acabava por voltar à mesma moça. Ela chateou-se, nunca mais o viu e casou-se com alguém que lhe dava o que ela queria: gostava dela, não a trocava por outras, dava-lhe carinho e constituíram família. Passados uns 40 anos de vida em comum, ela afirmou-me que o amor da vida dela era o tal que nunca mais viu, mas não esqueceu. (40 anos, bolas!)
Sinceramente, preferia que isto não me acontecesse. Acho que prefiro estar sozinha que a sonhar com alguém que não é a pessoa que está ao meu lado, mesmo que já esteja habituada à companhia e à presença do outro. O difícil está em perceber quem é a "tal" pessoa. A própria expressão engloba a vida, saber o amor da minha vida aos 20 anos é impossível, mesmo que eu esteja perdidamente apaixonada e com grandes esperanças que seja o fulano tal, só vou descobrir isso quando tiver os tais trémulos anos! É claro que isto não é um mar de rosas e desconfio que mais de metade não fica com a pessoa certa, mas há sempre tempo para remediar as coisas e, felizmente, casar só significa uma vida inteira para a igreja. As pessoas podem mudar de ideias e natural que mudem conforme a vida lhes vai moldando o carácter. Afinal, mudar de ideias é sempre um processo evolutivo, a acreditar piamente na mesma coisa ainda o sol girava à nossa volta. Se bem que também temos que ter meio termo! Uma coisa é saber o que se quer e depois mudar de ideias, outra é não fazer ideia do que quer e deixar o pessoal uns 10 min plantado à espera que um decida se quer "sunday" de caramelo ou de chocolate! (Pior talvez seja estar na igreja e ter a esperança que apareça o outro).
Já agora, Pascal é o autor da célebre frase: "O coração tem razões que a própria razão desconhece". Quando escolhemos a razão, na maior parte das vezes, deixamos o amor para 2º plano e depois azar ao que podia ter sido.. Agora adivinhar se vamos ser felizes ou infelizes até ao resto da nossa vida é difícil! Mas é para isso que estamos a viver: para saber os próximos episódios! (Sim, que isto contado não tem piada nenhuma! ;)
Não tenho razão especial para acreditar nisto a não ser que existem pessoas que ficam eternamente insatisfeitas com o que têm, a pensar no que poderiam ter e outras que deixam tudo para trás, sem hesitações, quando acham que finalmente encontraram o que procuravam. Uma senhora que eu conheço (tem uns 60 anos) disse-me uma vez que o amor da vida dela era um rapaz que ela tinha conhecido aos 20 anos. Eles mal namoraram (ter uma miúda apenas era demasiada restrição para o rapaz) mas acabava por voltar à mesma moça. Ela chateou-se, nunca mais o viu e casou-se com alguém que lhe dava o que ela queria: gostava dela, não a trocava por outras, dava-lhe carinho e constituíram família. Passados uns 40 anos de vida em comum, ela afirmou-me que o amor da vida dela era o tal que nunca mais viu, mas não esqueceu. (40 anos, bolas!)
Sinceramente, preferia que isto não me acontecesse. Acho que prefiro estar sozinha que a sonhar com alguém que não é a pessoa que está ao meu lado, mesmo que já esteja habituada à companhia e à presença do outro. O difícil está em perceber quem é a "tal" pessoa. A própria expressão engloba a vida, saber o amor da minha vida aos 20 anos é impossível, mesmo que eu esteja perdidamente apaixonada e com grandes esperanças que seja o fulano tal, só vou descobrir isso quando tiver os tais trémulos anos! É claro que isto não é um mar de rosas e desconfio que mais de metade não fica com a pessoa certa, mas há sempre tempo para remediar as coisas e, felizmente, casar só significa uma vida inteira para a igreja. As pessoas podem mudar de ideias e natural que mudem conforme a vida lhes vai moldando o carácter. Afinal, mudar de ideias é sempre um processo evolutivo, a acreditar piamente na mesma coisa ainda o sol girava à nossa volta. Se bem que também temos que ter meio termo! Uma coisa é saber o que se quer e depois mudar de ideias, outra é não fazer ideia do que quer e deixar o pessoal uns 10 min plantado à espera que um decida se quer "sunday" de caramelo ou de chocolate! (Pior talvez seja estar na igreja e ter a esperança que apareça o outro).
Já agora, Pascal é o autor da célebre frase: "O coração tem razões que a própria razão desconhece". Quando escolhemos a razão, na maior parte das vezes, deixamos o amor para 2º plano e depois azar ao que podia ter sido.. Agora adivinhar se vamos ser felizes ou infelizes até ao resto da nossa vida é difícil! Mas é para isso que estamos a viver: para saber os próximos episódios! (Sim, que isto contado não tem piada nenhuma! ;)
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